“Ouvimos muita música eletrónica entre nós e claro que não se acaba por tirar diretamente algo disso, mas fica-se sempre com umas ideias”.

Com um nome inspirado numa vila italiana, os Travo são uma nova banda criada por cinco rapazes bracarenses. Gonçalo Araújo (voz e guitarra), Nuno Gonçalves (bateria), David Ferreira (baixo), Gonçalo Ferreira (guitarra) e Pedro Couto (teclado) são a causa deste recente e crescente projeto de rock psicadélico.

ComUM: Como surgiu a vossa banda?

Travo: Andamos todos na mesma escola no secundário e inicialmente eu (Nuno) e o Gonçalo começamos a fazer umas jams em minha casa. Como só tínhamos bateria e guitarra, percebemos que faltava qualquer coisa e chamamos o David para ser o baixista. Depois juntou-se outro amigo nosso para cantar e tocar guitarra, mas que acabou por sair. Como o Couto estudou teclado na conservatória acabou por vir para a banda e o Gonçalo ficou encarregue de cantar e tocar guitarra. E assim ficamos com uma banda muito mais completa.

ComUM: Sentem que Braga apoia novos projetos como o vosso?

Travo: Não é questão de apoiar, arranjar concertos por aqui não é assim muito difícil, até porque nós conseguimos arranjar alguns. Não há um sistema de apoio a novas bandas, não há muita orientação para criar bases, até porque nunca foi uma tradição, mas agora isso tem mudado um pouco. Há mais bandas, mais bares onde tocar. Já não é só concertos no Theatro Circo das grandes bandas. Todos os fins-de-semana há concertos de bandas mais pequenas no RockStar ou no Sé Lá Vie.

ComUM: Algumas das vossas músicas, como “Pizarro” e “Arbusto”, foram disponibilizadas no youtube. Estão a pensar lançar uma EP (gravação em vinil ou CD) em breve?

Travo: Estamos a pensar começar a gravar agora em fevereiro. Se não for em fevereiro, não sabemos quando será. Mas vamos [mesmo] gravar e, quanto ao lançamento, vamos esperar pela altura certa. Vamos tentar não lançar por nós próprios, porque se arranjarmos alguém para editar é muito mais fácil, até para ganharmos um outro tipo de projeção.

ComUM: Já deram concertos fora de Braga?

Travo: Ainda não, mas já tivemos duas propostas. Estamos a ver isso, mas claro que quanto mais longe formos tocar, melhor.

ComUM: Têm algumas influências de outras bandas ou outros músicos nacionais ou internacionais?

Travo: Os Capitão Fausto. Mas se calhar há outras bandas e artistas que não têm nada a ver com o nosso tipo de música mas tiramos sempre algumas influências daí. Por exemplo, ouvimos muita música eletrónica entre nós e claro que não se acaba por tirar diretamente algo disso, mas fica-se sempre com umas ideias. Depois também acabamos sempre por tirar influências de bandas como os The Doors, The Beatles, Pink Floyd, [entre outros] clássicos.

ComUM: Se pudessem abrir o concerto ou partilhar o palco com algum artista português, qual seria?

Travo: Em termos de copos, com o Jorge Palma. E tendo em conta que uma das nossas influências são os Capitão Fausto é claro que um dia, por exemplo, gostávamos de abrir um concerto deles ou até mesmo dividir o palco. Mas não é exatamente o tipo de artista que queremos ser, até porque há muitos clássicos na música portuguesa como os Ornatos Violeta ou o Fausto.

“Tendo em conta que uma das nossas influências são os Capitão Fausto é claro que um dia, por exemplo, gostávamos de abrir um concerto deles ou até mesmo dividir o palco”.

ComUM: E porquê o nome Travo?

Travo: O nome Travo foi uma história assim um bocado caricata mas que na altura nos pareceu fazer sentido. O Gonçalo e o David estavam numa viagem em Itália e falaram-nos de uma vila que tinham ido visitar que se chama Travo. O resto do pessoal estava em Braga e queria ensaiar mas não dava porque eles não estavam cá, e achamos que Travo seria um nome engraçado. Podia ser outra coisa qualquer, mas ficou Travo.

Fotos: Inês Pereira