O Vitória saiu derrotado, por uma bola a zero, na receção ao campeão nacional em título, o Benfica. Apesar do resultado e do estatuto do rival, os homens de Sérgio Conceição apresentaram-se a um bom nível e voltaram a provar que o Dom Afonso Henriques é, regra geral, um terreno incómodo para os “grandes” que o visitam.
As expetativas eram altas em torno desta partida, já que ambos os conjuntos tinham boas razões para a preparar da melhor maneira. O Vitória, depois de triunfar na Amoreira, tinha chegado, finalmente, à primeira metade da tabela e tentava confirmar o bom momento perante os seus adeptos. Já os encarnados, com Gaitán de regresso, ansiavam a oportunidade de encurtar distâncias para os rivais, que medem forças no clássico.
Mal soou o apito, o Benfica procurou assumir, imediatamente, o jogo e foi a equipa mais dominante, mostrando maior propensão ofensiva. No entanto, também os vimaranenses encararam o adversário com uma atitude positiva. Consentiram a maior posse do Benfica, mas não se acomodaram junto à sua área e, identificando eficazmente os momentos de pressão, lograram, inclusive, algumas saídas perigosas para o ataque, com Otávio e Cafú em destaque.
Num desses ataques, aos 35 minutos, Licá dispôsde uma ocasião soberana para inaugurar o marcador. Contudo, depois de tirar Eliseu do caminho, optou pelo passe atrasado, já na pequena área, quando se pedia uma finalização.
Do outro lado do campo, contrariamente ao que se esperava, Miguel Silva não ia tendo muito trabalho. O jovem guarda redes teve de esperar pelo último minuto da primeira parte para brilhar, altura em que parou habilmente o remate espontâneo de Jonas.
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Se o Benfica acabou melhor a primeira parte, os minhotos entraram por cima na etapa complementar. Novamente com Licá em destaque. Aos 52 minutos, o extremo voltou a aparecer na área e a desperdiçar uma boa oportunidade, depois de um belo trabalho de Otávio.
Quinze minutos depois, foi Pizzi a lamentar uma finalização desastrada. O médio conseguiu enganar toda a defesa minhota com uma simulação, mas vacilou perante Miguel Silva, que manteve a baliza inviolada.
O relógio não parava e o jogo afastava-se das balizas, ficando preso a meio-campo. Com as equipas desgastadas e menos fogachos de criatividade por parte dos artistas, prevaleciam as estruturas defensivas.
Mas, como no futebol um segundo pode contrariar a lógica e mudar o rumo dos acontecimentos, bastou um momento de inspiração para que Renato Sanches, o mais esclarecido dos encarnados, ditasse um novo destino a esta partida. Ao minuto 75, a nova coqueluche da Luz encheu o pé e resolveu ao míssil um quebra-cabeças para Rui Vitória.
Até ao final, a reação vitoriana foi demasiado ténue e, perante tal passividade, foi com tranquilidade que visitantes aguentaram a vantagem.
Apesar da derrota, o Vitória mantém-se mais uma semana na nona posição. A próxima jornada reserva aos vimaranenses uma curta deslocação a Moreira de Cónegos, para disputar o dérbi do concelho.