Este foi, provavelmente, o jogo mais comprido da Liga NOS. Começou há uma semana, altura em que o nome de Sérgio Conceição apareceu na lista de possíveis sucessores de Lopetegui. Muito para lá das quatro linhas, foi um confronto de emoções que não destabilizou o Vitória, que venceu por 1-0, em jogo a contar para a jornada 18 da liga.
O Vitória aproveitou o frango de Casillas para voar na partida e surpreender a formação portista. Mas a surpresa começou antes do apito inicial, quando Tyler Boid subiu ao relvado para fazer o aquecimento. O neozelandês, que tem alinhado pela equipa B, foi o escolhido para ocupar o lugar deixado em aberto por Licá, jogador emprestado pelo FC Porto, viu o jogo na bancada.
Em noite chuvosa e fria, as condições climatéricas não foram problema para o Vitória, que entrou destemido na partida. No primeiro minuto, a equipa vimaranense esteve muito perto de inaugurar o marcador. Valente, que substituiu Otávio no onze, apareceu na direita do ataque para cruzar na direção de Henrique Dourado, mas este chegou atrasado à bola. Mas foram necessários apenas mais dois minutos para o Vitória chegar à vantagem. Bola bombeada para a área portista, Casillas não agarra a bola e Saré a aproveitar a infantilidade do guardião espanhol para levar os cerca de 15 mil adeptos do Vitória à loucura.
Mas se Casillas falhava, Miguel Silva brilhava na baliza contrária. Ora por Aboubakar, ora por André André, o FC Porto procurava restabelecer a igualdade, mas o jovem guarda-redes minhoto foi uma muralha na baliza vimaranense. O FC Porto crescia no jogo, mas o Vitória não baixou a guarda e manteve o 1-0 até ao apito de Manuel Oliveira para o descanso.
O técnico dos minhotos revelou, durante a semana, que o ambiente de especulação sobre o seu futuro “não era positivo para a equipa”, mas o Vitória não vacilou e apresentou-se de forma coesa.
Mais Porto na segunda metade, mas o conjunto vitoriano entrou focado em manter o triunfo pela margem mínima e anulou as investidas dos Dragões. Mesmo assim, o FC Porto ainda conseguiu furar a muralha vitoriana, embora tenha visto Aboubakar, com a baliza à sua mercê, falhar o golo.
Rui Barros lançou para o jogo Varela, que veio dinamizar ainda mais o flanco direito do ataque portista. Do outro lado do ataque estava Brahimi, que ficou muito perto de fazer o empate, mas o argelino, na zona do penalti, rematou ao lado.
Próprio dos grandes confrontos, o minuto 76 trouxe o caso do jogo. Confusão na área do Vitória, com os jogadores do FC Porto a pedirem grande penalidade por alegada mão na bola de Ricardo Valente. O árbitro Manuel Oliveira nada assinalou.
Antes do apito final, ainda houve tempo para Aboubakar ver o segundo amarelo e consequente expulsão.
Os jogadores do Vitória fizeram jus ao apelido de “Conquistadores” e arrecadaram um triunfo, que permite aos minhotos ascender ao sexto posto e ultrapassar Arouca e Rio Ave na tabela classificativa.