O auditório da Casa das Artes de Arcos de Valdevez foi, ontem, palco para abertura da 14ª Mostra de música moderna portuguesa.
O primeiro concerto do festival minhoto contou com a presença da banda Mão Morta que apresentou o seu mais recente álbum, Pelo Meu Relógio São Horas de Matar. O som dos instrumentos fez ressoar Irmão da Solidão, Hipótese do Suicídio e Os Ossos de Marcelo Caetano. Com a sala de espetáculos totalmente esgotada, a banda bracarense recuou ao passado com vários temas como 1º de novembro e Destilo Ódio. Entre expressões faciais e movimentos corporais, o vocalista Adolfo Luxúria Canibal despertou o interesse dos ouvintes, provocando múltiplas emoções e uma energia incomum na plateia.
Entre o pós-punk e o rock alternativo, Mão Morta mostrou o seu caráter agressivo e, simultaneamente, subtil capaz de chegar ao interior de cada um. Com uma forte projeção de luzes e boas condições de acústica, os conceitos de raiva, solidão, ódio, morte ganharam grande expressão ao longo de todo o concerto.
Em conversa com a organização da iniciativa, Nuno Soares e José Costa explicaram que o festival Sons de Vez nasceu de uma forma “curiosa, simples e espontânea”. Uma vez que o espaço apresenta um limite de 232 lugares, ”a ideia de fazer um festival de rock ou hip hop para gente sentada parecia não funcionar”, afirma Nuno Soares.
Em Sons do vez “há combinação entre nomes consolidados com nomes emergentes”, dando assim oportunidade ao público de ter várias opções “desde um rock mais progressivo, à eletrónica, ao hip hop, entre outros estilos”, continua Nuno. Os organizadores salientam, ainda, que o festival é “uma espécie de warm-up do verão”, tendo uma “marca diferenciadora”. Os responsáveis pelo programa artístico salientam que “o Sons de Vez está a crescer de ano para ano” e que, para além de difundir a música produzida em Portugal, o festival permite a divulgação e a prática do turismo no concelho.
Na opinião dos assistentes, Miguel Sousa e Fernando Nogueira, o “Sons de Vez” carateriza-se por ser um “programa bastante eclético” e que, “dadas as condições de sala, som e luz, o custo da entrada é acessível”.
À semelhança de anos anteriores, o festival minhoto apresenta uma programação cultural com diversidade de estilos musicais. Os concertos decorrerão durante os fins de semana do mês de fevereiro e março.
Na sexta-feira, 12 de fevereiro, é a vez do cantor David Fonseca se dirigir até terras arcuenses para apresentação do seu primeiro disco gravado exclusivamente em português, Futuro eu, lançado no ano passado.