O Teatro Alves da Cunha, na Trofa, acolheu, no passado Sábado, a apresentação do livro “Nevoeiro”, primeira obra do jovem escritor trofense César Alves. Na opinião do autor, o seu livro “é muito introspetivo, com muitos pensamentos, muitas questões”.

ComUM: Para quem ainda não conhece a tua obra, o que nos podes contar sobre ela?

César Alves: Basicamente é uma história sobre um rapaz, adolescente, e todas as peripécias dessa altura das nossas vidas. É um livro muito introspetivo, com muitos pensamentos, muitas questões.

ComUM: Como surgiu a ideia de escrever um livro? Era algo que já ambicionavas desde tenra idade?

César Alves: Quem me conhece sabe que sim. Escrever um livro sempre foi um sonho para mim, até porque sempre tive uma certa facilidade em exprimir-me no papel.

ComUM: Surgiu a obra “Nevoeiro”. Quando começaste a escrever este livro?

César Alves: A certa altura vi no facebook uma imagem com uma frase de um escritor que dizia “a certa altura comecei a escrever uma página todos os dias, porque tinha medo que essa página que não escreveria me levasse ao sucesso” e então, achando que fazia sentido, decidi seguir esse conselho. Quando dei por mim, já tinha 10 páginas e uma ideia para o final do livro. Isto há cerca de um ano atrás.

ComUM: Qual foi a tua principal fonte de inspiração para a tua escrita?

César Alves: Sobretudo a vida. Não consigo dizer que me inspiro no escritor A ou B, porque acho que tenho um estilo muito próprio. Aquilo que me inspira é tudo aquilo que vivemos, tudo aquilo que pensamos, todos os dias.

“Aquilo que me inspira é tudo aquilo que vivemos, tudo aquilo que pensamos todos os dias”.

ComUM: Escolheste o título “Nevoeiro” por alguma razão em especial?

César Alves: Há quem pense que o nome do livro é sobre o nevoeiro meteorológico, mas não. O nome surgiu devido àquelas fases das nossas vidas em que parece tudo nublado, em que a única certeza que temos é que estamos cheios de dúvidas. E é precisamente essa fase que a personagem do livro passa durante a história.

ComUM: Muitos serão os jovens que gostariam de lançar um livro. Como foi passar de um sonho à realidade?

César Alves: Precisei de me esforçar muito, mas isto porque sou muito preguiçoso. Quando decidi que ia escrever o “Nevoeiro”, algumas pessoas encararam com ceticismo porque, normalmente, tenho dificuldade em manter-me focado nas coisas que decido fazer. Até publiquei os primeiros três capítulos no facebook para que as pessoas se interessassem e me motivassem a continuar a escrever. Por isso, o obstáculo maior foi mesmo o foco em escrever.

ComUM: Quais os principais entraves à publicação do livro?

César Alves: Foi um processo bastante simples. Contactei a editora por correio eletrónico, obtive uma resposta positiva e, a partir daí, foi apenas ultimar detalhes ao nível do contrato. Ambas as partes estavam interessadas, o que facilitou o processo.

ComUM: Agora que o primeiro livro já é uma realidade, os leitores da tua obra podem esperar a continuação da história ou outros projetos?

César Alves: Outros projetos, sem dúvida. Tento motivar-me para isso com a publicação deste livro. Quanto à sequência do “Nevoeiro”, a verdade é que, tendo em conta a forma como a história decorre, seria chacinado se não a continuasse (risos).

ComUM: Uma vez que estudas cinema, já pensaste em realizar o teu próprio filme?

César Alves: Na verdade, já realizei uma curta-metragem inspirada no booktrailer do livro. Mas sim, ver a minha história no ecrã é outro sonho que espero ver concretizado. Por mim ou por outra pessoa.

ComUM: O que significa para um jovem de 19 anos já ter um livro publicado?

César Alves: É fantástico, mas não tem de ser tanto assim. É um sonho que concretizo, mas qualquer idade é boa para realizarmos um sonho. É esse o repto que deixo às pessoas.

ComUM: Existiu alguém que sempre esteve a teu lado e que contribuiu bastante para a realização deste sonho?

César Alves: Sim, claramente. A minha família, a minha namorada, os meus amigos. O livro é de todos.

ComUM: A sala estava cheia. O que sentiste ao ver todas as pessoas importantes para ti a assistirem?

César Alves: Um grande, grande orgulho. Em alguns momentos, foi difícil conter a emoção. Eu não escrevo para mim, escrevo para as pessoas, para chegar a elas. Foi um grande começo.

ComUM: Qual a frase que melhor define o teu livro?

César Alves: Uma frase que disse numa das primeiras entrevistas e que tenho a sensação de que ficou marcada. “Uma metáfora da vida” acho que é o que melhor o define.