Fotografia: rockinriolisboa.sapo.pt

Fotografia: rockinriolisboa.sapo.pt

O Parque da Bela Vista, em Lisboa, acolhe mais uma edição do Rock in Rio Lisboa de 19 a 29 de maio. A Cidade do Rock regressa, nas palavras da vice-presidente executiva, Roberta Medina, com “grandes novidades” e “boa música”. Depois da edição de comemoração dos 10 anos do Rock in Rio em Portugal, a nova edição do festival comemora os 30 anos do surgimento deste projeto musical. Um projeto que surge, segundo a vice-presidente, pela vontade em “unir as pessoas” pela música.

Com o cartaz fechado, Roberta Medina fala, em entrevista, sobre a primeira edição do Rock in Rio, no Brasil, em 1985, e o que se pode encontrar, este ano, na Cidade do Rock, em Lisboa.

ComUM: O Rock in Rio comemora 30 anos. O que mais caracteriza estas três décadas do festival?

Roberta Medina: O que mais caracteriza o Rock in Rio é, sem dúvida, o seu conceito único. Quando nasceu, em 1985, o evento tinha como objetivo mostrar que é possível unir pessoas de tribos diferentes em paz e harmonia, usando a música como linguagem universal. 30 anos depois, esse conceito mantém-se. Quando o Rock in Rio apareceu, o contexto Brasileiro era muito instável e delicado. Vivíamos uma época de liberdade depois de um longo período de ditadura e o objetivo do evento era mostrar uma juventude forte, com liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, promover o Rio de Janeiro como destino turístico a nível internacional.

Hoje, as nossas exigências continuam as mesmas. Queremos, através da música, unir as pessoas, despoletar sorrisos, abraços e momentos únicos para todas as idades, todas as famílias e todos os amigos que escolhem a Cidade do Rock para partilharem vivências. É muito gratificante ver um evento que é partilhado por todas as gerações, que conta com um público que é extremamente transversal (75% tem idades dos 15 aos 50 anos) devido a um cartaz diversificado (dias dedicados aos mais jovens e outros à família, os jovens de espírito). Para isso, continuamos a acreditar que é essencial mantermos as nossas infraestruturas de alta qualidade, apostarmos na grande variedade de atrações e, sem dúvida, ter um line up poderoso.

ComUM: O que significam estas três décadas para a organização do festival?

Roberta Medina: Conquista, desafio, responsabilidade e compromisso com os próximos 30 anos. Significa, todos os dias, trabalhar para alimentar os sonhos de todos os que vivem os dias intensos de festa na Cidade do Rock.

Significam, também, muita aprendizagem, evolução e a procura por inovar sempre. A internacionalização é um dos maiores exemplos dessa evolução, assim como o nosso projeto social: desde 2001 que o Rock in Rio defende a premissa “Por um Mundo Melhor” e, a partir desse momento, a música começou a dividir o seu espaço com as questões sócio ambientais.

ComUM: Tendo em conta o nome do festival, Rock in Rio, porquê a vinda de artistas que não se enquadram neste género musical?

Roberta Medina: O Rock in Rio é um festival que foi criado com a intenção de unir tribos diferentes, usando a música. Para que essa união seja possível, o Rock in Rio tem dias em que o cartaz é mais direcionado para o rock, outros para o pop, não sendo limitado única e exclusivamente a um género musical. É exatamente essa a proposta de entretenimento do evento. Aliás, é também por isso que nos posicionamos como o maior evento de música e entretenimento do mundo, querendo universalmente unir pessoas das várias gerações em todas as cidades por onde o Rock in Rio passa.

ComUM: O primeiro concerto do festival contou, há 30 anos atrás, com os Queen em palco. A intervenção conjunta de Adam Lambert e dos antigos membros dos Queen marca a vontade do festival em voltar no tempo e prestar homenagem a Freddie Mercury?

Roberta Medina: É uma forma de celebrar os 30 anos com a prova de que a música não envelhece. Os Queen com Adam Lambert têm esgotado concertos por todo o mundo. Esgotaram, num dia, para 85 mil pessoas no Rock in Rio, no Brasil. As suas músicas continuam no top das mais ouvidas no mundo, continuam a tocar nas rádios, são cantadas tanto pelos mais velhos como pelos mais novos. O concerto é arrebatador e o Adam Lambert, sem nenhuma pretensão de substituir o Freddie Mercury, faz cada música vibrar no seu melhor. E o Freddie, mesmo não fisicamente, está claramente presente em cada nota.

ComUM: Existe alguma diferença mais substancial a reter entre esta edição e a última do Rock in Rio Lisboa?

Roberta Medina: Na edição passada, celebrámos 10 anos em Portugal. Este ano, queremos celebrar, com o público português, os 30 anos do evento no seu todo. Portugal, e o público português, foram fundamentais para tornar estas três décadas possíveis. Foi o primeiro país na estratégia de internacionalização do projeto e o país que permitiu levar novamente o evento para o Brasil e estreá-lo em Espanha. Temos, por isso, muito que celebrar com este público e esta cidade [Lisboa] que nos acolheu e continua a acolher tão bem e, por isso, estamos a preparar um evento em grande, com muitas novidades e surpresas. No Palco Mundo temos nomes fortíssimos como Bruce Springsteen, Queen + Adam Lambert, Maroon 5, Hollywood Vampires e Avicii.

Para abrir o Palco Mundo, todos os dias vamos ter o espetáculo Rock in Rio – O Musical, inspirado na história do festival e adaptado de uma super produção com enorme sucesso no Rio de Janeiro e em São Paulo, que junta cerca de 40 artistas em palco, entre os quais atores e bailarinos. Durante os cinco dias do evento, os fãs podem esperar grandes números musicais, com coreografias impactantes e interpretações de temas famosos que marcaram estas três décadas.

Trazemos de volta a Rock Street – este ano chamada EDP Rock Street – que vai proporcionar a todos os visitantes da Cidade do Rock uma “viagem” até ao Brasil, onde estes vão viver, durante quase seis horas, um pouco da música, da cultura e do folclore do país que viu o Rock in Rio nascer. Para além destes espaços, não vai faltar também as habituais atrações como a tão procurada roda gigante ou o slide.

ComUM: É possível definir o momento mais marcante da primeira edição do festival Rock in Rio, em 1985?

Roberta Medina: Ao longo de 30 anos de história, os momentos importantes são muitos e multiplicam-se a cada edição. Mas, se tivesse que escolher, um deles seria precisamente o concerto dos Queen na primeira edição, em 1985, no momento em que cantaram Love of My Life. Na altura, esta música não era muito conhecida mas, por algum motivo, os brasileiros conheciam-na muito bem e deixaram a própria banda boquiaberta quando ouviram o público cantar a uma só voz.

ComUM: O que mais caracterizará esta edição do Rock in Rio Lisboa 2016?

Roberta Medina: Festa, festa, festa! Uma Cidade do Rock cada vez mais bonita, com melhores infraestruturas e serviços, com muitas atividades e muita música boa. Um edição regida pelas melhores bandas de todos os tempos e artistas com repertório que faz parte dos dias de hoje e que estão constantemente nos TOPs mundiais. O público vai cantar e dançar da primeira à última música.

Para além dos grandes nomes que vamos trazer para Portugal, há uma banda que vai deixar o público muito surpreso. Hollywood Vampires, o “supergroup” de que tanto se fala, é composto por verdadeiros “pesos pesados” do rock como Alice Cooper, Joe Perry (dos Aerosmith) e o famosíssimo Johnny Depp.

Para além do cartaz, outra das grandes novidades será, como já referi, o espetáculo Rock in Rio – O Musical e o público também se vai surpreender com Palco Vodafone, Eletrónica, EDP Rock Street e Street Dance.

ComUM: Os bilhetes estão à venda a partir do dia 11 de fevereiro. Perspetiva que esta edição comemorativa conseguirá chamar ainda mais público para o festival?

Roberta Medina: Com 12 anos de “casa cheia”, claro! É para isso que trabalhamos todos os dias.