O escritor Umberto Eco morreu, esta sexta-feira, aos 84 anos.
O escritor e filósofo Umberto Eco morreu, esta sexta-feira, às 22h30, em Milão. A causa da morte ainda não foi revelada mas, de acordo com a France Presse, o escritor sofria de um cancro há vários anos. O autor do best-seller “O nome da Rosa” foi uma das personalidades mais carismáticas do pensamento semiótico.
Escritor, filósofo, professor universitário, Umberto Eco foi muita coisa, e nada lhe tirou o lugar que conquistou na cultura italiana nos últimos 50 anos. Dos mais influentes pensadores sobre a sociedade atual e a cultura de massas a nível internacional, Umberto Eco falou, em entrevista ao Expresso, sobre a vaga de refugiados e afirmou que “acontecerá algo terrível antes de se encontrar equilíbrio”.
Conhecido também por ser um escritor de best-sellers, a última obra do ensaísta e professor universitário da área da semiótica, intitulada “O número Zero” e publicada em 2015, trata-se de uma paródia ao jornalismo. Propagador da expressão “cultura monstruosa”, Eco, no seu último romance, narra em tom de farsa e produz um jornalista, um “homem sem cara”. A propósito do romance, a jornalista do Público Helena Vasconcelos escreveu no ípsilon que o escritor pretende “desmontar a máquina trituradora dos média contemporâneos”.
Ainda na entrevista ao Expresso, Umberto Eco demonstrou a sua preocupação pela Europa ao dizer que “culturalmente, está-se a traduzir mais livros lá [na Correia do Sul] do que em França”. E avançou uma justificação, “o problema da Europa é estar a ser governada por burocratas. É como a democracia segundo Winston Churchill: um sistema horrível, mas melhor do que os outros”.
O semiólogo nasceu a 5 de janeiro de 1932, em Alessandria, no noroeste de Itália. Fundou o Departamento de Comunicação da Universidade de San Marino em 1988.
Umberto Eco estreou-se, em 1980, nos livros de ficção com “O Nome da Rosa”, livro premiado com Prémio Strega, em 1981. Mais tarde, o livro viria a ser adaptado ao cinema pelo realizador Jean Jacques Annaud com a participação do ator Sean Connery como personagem principal. Posteriormente, seguiram-se as obras “O Pêndulo de Foucault”, “A ilha do dia antes”, “Baudolino”, “A misteriosa chama da rainha Loana” e “O cemitério de Praga”.
Ainda ao Expresso, Umberto Eco confessou que “é impossível pensar o futuro se não nos lembrarmos do passado”.