Cronista, romancista, crítico, historiador, poeta e tradutor, Camilo Castelo Branco quis ser de tudo. O romance “Amor de perdição”, escrito “em pouco mais de uma quinzena", é a obra mais vendida do escritor português do século XIX.
Camilo Castelo Branco, o escritor português mais publicado de sempre, deixou um legado de romances, comédias, folhetins, poesias, ensaios, prefácios, traduções e cartas à literatura portuguesa. Dedicou-se sobretudo ao romance, mas também se debruçou sobre a novela, o conto, o teatro e a poesia. O crítico literário e catedrático Jacinto do Prado Coelho considerou-o um “narrador de histórias românticas ou romanescas com lances empolgantes e situações humanas comoventes” e um escritor “ideologicamente flutuante”.
Novelista entre os anos 50 e 80 do século XIX e reconhecido boémio, Camilo teve vários pseudónimos: Manoel Coco, Saragoçano e Anastácio das Lombrigas. Mas preferia assinar com o nome verdadeiro. Para o escritor Luís Machado, Camilo Castelo Branco “ é uma das mais destacadas figuras da literatura [portuguesa], além de um ser complexo e alma atormentada”. As suas obras são vistas como o espelho das suas vivências, experiências de vida, mentalidade e perceção moral. A gestão do tempo é o fator que mais se aponta, de forma negativa, ao escritor. Por ter escrito várias obras num curto período de tempo, as narrativas tornaram-se repetitivas.
Pensou em ser médico, padre e advogado, mas a sua personalidade instável colocou Camilo no mundo da literatura. O seu nome ganhou fama quando, em 1855, se tornou redator principal de O Porto e de Carta.
Castelo Branco foi preso durante um ano por adultério. E foi na prisão que escreveu o romance “Amor de perdição”, considerado a versão portuguesa de “Romeu e Julieta”, de Shakespeare.
O escritor português nasceu a 16 de março de 1825, em Lisboa, e suicidou-se a 1 de junho de 1890, em São Miguel de Seide, Famalicão.