J.K.Rowling deixou a feitiçaria de Harry Potter para trás, e traz-nos agora uma nova saga policial. O terceiro livro está a caminho de Portugal.

J.K. Rowling teve muito sucesso com a saga “Harry Potter”; aliás, o mundo de feitiçaria continua a crescer, especialmente com um novo filme, uma peça de teatro e um livro baseado no guião dessa mesma peça quase a sair. Já para não falar do Pottermore, um site que expande cada vez mais este universo mágico que ela criou.

E as suas obras pós-Potter? Bem, Rowling criou uma nova saga sob o pseudónimo Robert Galbraith, sendo que nada é mágico. É a história de Cormoran Strike, detetive privado em Londres, ex-combatente no Afeganistão e, geralmente, uma pessoa com muitos problemas. Ao seu lado, a auxiliar nas investigações, está Robin Ellacott, secretária temporária e futura aspirante a detetive. A dupla investiga vários casos, normalmente a pedido de familiares, tentando lentamente encaixar as peças do puzzle até ficarem com uma imagem clara da situação, e mesmo tempo lidam com as suas vidas pessoais: Cormoran tenta ultrapassar o seu grande amor, a louca e instável Charlotte, e Robin tenta convencer o seu noivo a deixá-la trabalhar como detetive.

A saga, que conta com dois livros (“Quando o Cuco Chama” e “O Bicho da Seda”), e um terceiro está a caminho de Portugal com data a anunciar, está repleta de vários marcos estilísticos de Rowling. Descrições muito caricatas, um mundo expansivo, e, claro, o humor negro (de notar que, no primeiro livro, a vítima aparenta ter-se suicidado com um vestido de marca, e há referências de que a marca começou a vender mais após a morte).

Fonte: independent.co.uk

Fonte: independent.co.uk

Rowling tem tirado inspiração da sua vida para escrever estes policiais. O primeiro livro tem como tema principal os efeitos da fama em diferentes pessoas, e o segundo foca-se no mundo da escrita e da publicação. Mais ainda: apesar do segundo livro fazer referências ao primeiro, a solução nunca é revelada, e como tal, a leitura dos livros fora de ordem é possível sem estragar nenhuma surpresa.

Quanto aos livros em si, “O Bicho da Seda” é uma evolução em relação ao “Quando o Cuco Chama”, principalmente pelo aprofundamento das personagens principais, que eram um pouco vazias e vagas quando defrontadas com certas situações. Eram demasiado simples em comparação com as personagens que Rowling costuma criar.

Mas o pior defeito da saga é o de manter o cliché da polícia inútil e burra nos policiais. A quantidade de vezes que um leitor atento percebe melhor uma situação melhor que a polícia de Londres, no segundo livro, é ridícula. E apesar de se entender que é uma forma de caracterizar um detetive como astuto e atento aos pormenores, é uma maneira utilizada tantas vezes que cansa.

Mas os livros valem a pena. E com um novo livro para juntar ao leque de projetos a serem desenvolvidos, acho que é seguro dizer que Rowling vai estar ocupada nos próximos tempos.