A Universidade do Minho distinguiu, na cerimónia da comemoração do seu 42º aniversário, o Professor Moisés de Lemos Martins com o Prémio de Mérito Científico. Em entrevista ao ComUM, o diretor do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) admitiu que o prémio é "uma grande satisfação pessoal" e a prova de que a universidade olha para as Ciências Sociais e Humanas "como ciências inteiras, não apenas como ciências diminuídas".

Moisés de Lemos Martins, Professor Catedrático do Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho e Diretor do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), é o mais recente vencedor do Prémio de Mérito Científico da Universidade do Minho. O Professor admite que a distinção é algo que lhe dá “alegria e satisfação”, manifestando orgulho na universidade que representa.

“A conversa de que há as ciências exatas e as outras ciências, como as Ciências Sociais e Humanas que não se preocupam com o impacto económico e são ciências diminuídas, é um disparate” afirma o Diretor do CECS, defendendo que o foco das Ciências Sociais está no “impacto que as mudanças civilizacionais têm na cultura, um impacto que não é medido quantitativamente e não é medido no imediato”.

Entre outros temas, o professor realça a importância que a comunicação tem na sociedade, afirmando que a relação é fundamental para a comunicação. “Comunicar bem é interagir bem, e o fundamental é a relação. Não havendo relação, não há comunicação.”, afirma.

Quanto à importância que o prémio assume para o Instituto de Ciências Sociais (ICS), o professor diz que a distinção faz com que todos os que trabalham no instituto vejam que quem dirige a universidade olha para as Ciências Sociais e Humanas “da mesma forma em termos científicos”, uma vez que, segundo o Diretor do CECS, os prémios científicos são geralmente associados “às Ciências Naturais e à Engenharia”. “Trata-se de reconhecer que é necessária a presença do homem das Ciências Sociais e Humanas no desenvolvimento económico”, acrescenta o investigador.

Quando confrontado com o futuro, o professor esclareceu que vai continuar a desenvolver o seu trabalho como anteriormente, afirmando que “o prémio não muda nada” relativamente às suas opções. “Continuo a bater-me por uma política científica que eu considero adequada a um ideal de universidade, a um ideal de ciência onde umas ciências são pares das outras, com igual dignidade. São os combates de sempre, que são necessários.”, reforça.

No final, o investigador deu o mote para todos os investigadores que, tal como ele, lutam diariamente pelas suas crenças: “O importante é batermo-nos por aquilo em que acreditamos, e é esse o meu trabalho.”.