Agora que este período Erasmus chegou ao fim, é tempo de refletir sobre esta estadia de cerca de 4 meses no Reino Unido. Bem, o que dizer de uma cidade como Loughborough?
Para começar, é bastante pequena, mas ao mesmo tempo a vida académica proporcionada pela universidade torna-a bastante acolhedora. Eu e a minha colega vivíamos numa casa partilhada com um casal inglês, e apesar de serem um pouco desorganizados, deram-nos uma preciosa ajuda no início da nossa estadia, mostrando-nos o centro da cidade, assim como o campus universitário.
O campus é o maior que eu já vi, e dificilmente vou encontrar um assim no futuro. Quase sempre apanhávamos um autocarro (!) dentro da universidade para chegarmos ao nosso edifício, de forma a poupar tempo. Loughborough é conhecida no Reino Unido como a “sports university”, tamanhos são os campos de rugby, futebol, hóquei em campo, lacrosse, etc. Apesar das excelentes instalações e condições das salas e da biblioteca, fiquei um pouco desanimado pela falta de hospitalidade dos alunos ingleses. Frios na sua maneira de ser, não queriam muito saber se nós éramos estrangeiros ou não. Ainda assim, criei boas relações com alguns alunos belgas e uma aluna finlandesa que também fizeram período Erasmus. Os professores foram sempre impecáveis connosco, mostrando-se sempre bastante disponíveis para nos ajudar, até porque as primeiras aulas não foram muito fáceis. Ainda tive de traduzir uma consulta inteira no médico para a minha colega, o que foi hilariante, no mínimo.
O que dizer do dia-a-dia? Bem, íamos com alguma frequência ao centro da cidade, íamos a alguns pubs e uma vez por outra íamos às festas da Students Union, a monumental associação académica da universidade. Três clubs dentro do mesmo espaço ofereciam um leque de escolha bastante variado aos alunos que saíam à noite. De referir que os ingleses (principalmente as inglesas…) são um pouco mais fanfarrões na noite do que nós portugueses, e também têm muito mais calor do que nós… O centro a partir das 5 da tarde estava completamente despovoado, e uma vez por semana íamos às compras, que era sempre fantástico. Pratos tradicionais? Nem vê-los. “Fish and chips!” – toda a gente dizia. Então eu decidi provar em Londres. Nada de especial, diria eu.
Uma das partes mais importantes da nossa estadia acontecia todos os fins-de-semana em que íamos em viagem organizada pela universidade para vários sítios do Reino Unido, fazendo uma espécie de tour. Vistiamos cidades como Manchester, Birmingham, York, Bath, Stonehenge, Cardiff, além das que fizemos por nós mesmos, como Londres, Nottingham e Leicester. Grande parte do Reino Unido ficou visto, e é incrível a forma como as cidades e mesmo as casas estão organizadas. Todos os quarteirões distribuídos da mesma maneira, as casas quase todas da mesmas cor, e até os pontos turísticos da cidade variavam sempre entre uma catedral enorme, um ou outro castelo, etc.
Portugueses? Apenas mais velhos, a fazer já doutoramento. Não mantivemos muito contacto com eles, mas fizemos uma amiga que estava a fazer estágio, o que foi relevante tanto para nós como para ela. Ajudamo-nos bastante. Também consegui ir regularmente a uma igreja que ocorria dentro do campus (!), composta apenas por jovens, nada convencional, portanto. Mas fiz importantes amizades lá, e foi uma dos aspectos que mais vou sentir saudades, no que toca a este período.
Os exames foram um pouco intensos, mas por isso também é que aceitei o desafio. O meu nível de inglês passou de “good” para “very good”, posso dizer, mas a comida variava o “average” e o “bad”. Foi um tempo que nunca vou esquecer e que me ajudou a crescer muito, mas a maior conclusão que posso tirar é: que saudades do arroz da minha mãe! E já agora, de Portugal.
Diogo Pardal