Armandinho animou no passado dia 27 o Theatro Circo, em Braga, durante uma hora e meia, numa noite em que o público cantou e dançou ao som de alguns dos seus temas mais conhecidos. Depois de Sintra e Porto, o certame encerrou a digressão portuguesa.
Passavam 10 minutos das 21h30 quando a banda de Armandinho subiu ao palco e deu início ao espetáculo com os acordes de “A Ilha”. Logo depois, a entrada do cantor fez-se notar no entusiasmo do público, a quem o artista pediu que se levantasse das cadeiras.
Com o primeiro tema a animar desde logo os presentes, as primeiras palavras do músico foram para introduzir a música seguinte: “Rosa Norte”, recordando Santa Catarina, um local especial para si. Nunca parando de se mexer, Armandinho incentivava a vasta plateia: “Na palma da mão!”.
“Reggae das Tramanda” deu continuidade à energia que invadia a sala bracarense, seguindo-se um elogio do cantor popular brasileiro à sala de espetáculos e à cidade: “Em cada esquina a gente pára e fica olhando e viajando… Parabéns Portugal, parabéns Braga”.
Depois de “Amor de Primavera” e de “Mãe Natureza”, foi tempo para um dos momentos mais eufóricos da noite com “Pescador”, numa altura em que poucos resistiam sentados. Seguiu-se “Casinha”.
Reagindo a uma pequena pausa silenciosa, o público aproveitou para provocar o brasileiro com elogios e pedidos gritados. ”Aceito sugestões”, respondeu bem-disposto. Seguiram-se “Eu juro” e “Ursinho de dormir”, dando lugar a momentos de ternura entre os casais que ao concerto assistiam.
A energia voltou a invadir em força com “Lua Cheia”, que o jovem público entoou e correspondeu com um dos maiores aplausos da noite. Houve ainda tempo para “Analua” e “Desenho de Deus”, do álbum de 2004, e “Casinha”, que a plateia uma vez mais cantou em alto e bom som.
Armandinho aproveitou para abordar o difícil momento político que o Brasil atravessa e questionou: “Será que o brasileiro está fazendo a sua parte como cidadão?”. Nesta reflexão falou ainda da sua responsabilidade como surfista em preservar os oceanos, dando a deixa para “Sou do Mar”.
Após a apresentação da banda de cinco músicos, o concerto prosseguiu com “Semente”, um dos temas mais conhecidos, seguido de “Outra vida”, deixando no ar a mensagem que a voz do cantor fazia ecoar: “Mente, pensamento, positividade, tudo vai dar certo”.
O single “Outra noite que se vai”, do primeiro álbum, foi a ocasião para o cantor descer e cumprimentar a assistência, mantendo a boa disposição com “Folha de bananeira”, outra das músicas do álbum de estreia que o popularizou. Em “Paulinha”, uma espetadora subiu ao palco para dançar com os músicos, ao que Armandinho reagiu dizendo que se fosse possível levava todos os presentes ao palco.
“Toca uma regueira aí” não deixou que o entusiasmo baixasse e trouxe até ‘abanares de anca’ com um excerto de Elvis pelo meio. Uma “Casa do Sol”, em tom mais acústico, acalmou o ritmo, mas “Sol Loiro”, do último álbum com o mesmo nome, trouxe o reggae energético imediatamente de volta. Foi com “Pegando a Saideira” que o cantor se despediu e abandonou o palco, onde deixou a banda para receber os aplausos. O público pediu e esperou pelo encore, que não veio, e acabou por se render e abandonar a sala, satisfeito e com vontade de prolongar a festa.
Redação: Inês Viana
Multimédia: Bruna Dias