Os bolseiros e doutorandos da Universidade do Minho estão contra a nova tabela de emolumentos que define o pagamento de 300 euros para requerer as provas de doutoramento aquando da entrega da tese. A Sala de Atos do ICS albergou, ontem, uma reunião organizada pela Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) para debater estes e outros problemas que afectam bolseiros e doutorandos.

Os bolseiros e alunos de doutoramento da Universidade do Minho (UM) manifestaram-se ontem contra o pagamento de 300 euros para requerer as provas de doutoramento no ato da entrega da tese. Rita Araújo, elemento da direção da ABIC, diz que a associação considera que “não há explicação para a entrada em vigor de uma nova taxa para requerer as provas de doutoramento”. Pedem, por isso, “a sua revogação imediata, e mostramo-nos contra a nova tabela de emolumentos.”

O Conselho de Gestão da UM aprovou, a 5 de fevereiro, uma nova tabela de emolumentos, na qual se insere o preço de 300 euros para todos os alunos que queiram requerer provas de doutoramento. A UMinho não é a primeira universidade a estabelecer um preço para as provas de doutoramento. A Universidade do Porto, por exemplo, cobra atualmente 550 euros pela admissão a estas provas académicas.

Durante a reunião, a ABIC fez circular um abaixo-assinado pela revogação do novo emolumento, que pretende entregar na reitoria da Universidade do Minho. Rita Araújo diz que a associação espera que, “pelo menos”, os elementos da reitoria “se sentem à mesa connosco, que discutam as possibilidades que existem e que anulem esta decisão.”

Na reunião, que a ABIC organizou para criar um núcleo de bolseiros da Universidade do Minho, foi também debatido o tema da precariedade, assim como a passagem de bolseiros pós-doutoramento para contratos a termo planeada pelo atual Governo. Rita Araújo garante que a ABIC “tem lutado contra a precariedade dos trabalhadores científicos a todos os níveis, sejam eles bolseiros de projecto, bolseiros de doutoramento ou de pós-doutoramento.”

“Queremos a passagem a contratos, mas sabemos que a passagem a contratos, por si só, não acaba com a precariedade. Há, portanto, um conjunto de outras reivindicações pelas quais temos vindo a lutar,” declarou Rita Araújo.