A banda Diabo na Cruz atuou, este sábado, no Parque de Exposições de Braga. O concerto começou, às 22h00, com “200 Mil Horas e Ganhar o Dia”.

“Finalmente, estamos em Braga. A chuva e vocês, sempre juntos” foram as primeiras palavras dos Diabo na Cruz assim que pisaram, este sábado, o palco da AGRO- Feira Internacional de Agricultura, no Parque de Exposições de Braga.

Era visível, nos assobios do público bracarense, a ânsia de ver Diabo a atuar. Depois do cancelamento do seu espetáculo em setembro, devido à chuva intensa, a banda subiu ao Minho. E, desta vez, a condição meteorológica não foi um problema.

O bailarico começou, às 22h00, com “200 Mil Horas e Ganhar o Dia” e foi aí que a alegria contagiante dos artistas se espalhou pela plateia eufórica. Seguiu-se, com o rufar dos tambores, o tão conhecido “Ai é tão lindo” e, logo depois, “Os Loucos estão certos”, letra sabida e adorada pelos espetadores.

Apesar do frio que se fez sentir no Parque de Exposições, o baterista João Pinheiro tocou eletricamente de tronco nu. O vocalista Jorge Cruz afirmou, divertido: “Ainda não chove? São Pedro está a colaborar”. Do outro lado das grades, a agitação dos fãs era constante. Faziam-se acompanhar de camisolas oficias e até de uma enorme bandeira com “Diabo na Cruz” inscrito.

O Roque Popular dos Diabo não se limitou a cantigas alegres e dançáveis e, como de costume, fizeram soar músicas com mensagens de rebelião. “Siga a Rusga” e “Mó de Cima” levaram artistas e plateia a gritarem a uma só voz: “Sabe, sabe, o povo sabe, sabe”.

“Luzia” trouxe com ela a chuva, algumas lágrimas e sorrisos ternurentos. O vocalista, Jorge Cruz, emocionado, agradeceu ao público dizendo que “Minho é Minho e é outra coisa”. A ocasião foi propícia para a apresentação do novo EP, Saias, já que Braga se encheu de saias de guarda-chuvas que abrigavam a plateia.

Ao som de “Dona Ligeirinha”, “Vida de Estrada” e “Bico de um Prego”, a festa continuou com saltos e danças minhotas que envolveram pés e pernas na lama. No encore de “Vida de Estrada”, os entusiastas abandonaram o palco. Quando voltaram, aproveitaram para dizer, incrédulos com a persistência dos espectadores: “Vocês são rijos”.

Perto do fim, e ao ritmo de “Chegaram os Santos”, o público desfez-se num comboio humano. Ainda houve tempo para um “Corridinho de Verão” que anunciou a “Fecha a loja”. O festim terminou, às 23h30, com “Fronteira” , “Armário da Glória” e a tão aguardada “Moça Esquiva”.

 

Texto por: Ana Maria Dinis

Carolina Ribeiro