O último dia das Jornadas da Comunicação trouxe ao Instituto de Ciências Sociais Mário Augusto. Num ambiente descontraído, o jornalista falou do seu percurso pela rádio, pela imprensa e pela televisão, confidenciou histórias caricatas e aconselhou os estudantes.

Com 53 anos, Mário Augusto é hoje um jornalista reconhecido pelo seu trabalho na área do cinema pela qual começou a interessar-se desde muito cedo. O jornalista afirma que começou num festival de cinema em Espinho, ainda em miúdo, onde o interesse pelas técnicas de cinema e, sobretudo, pelo cinema de animação cresceu significativamente. Passou também pela rádio, pela imprensa escrita e pela televisão mas esclarece que foi no cinema que encontrou a sua grande paixão.

Durante o workshop, Mário Augusto refletiu sobre as mudanças que o jornalismo sofreu nos últimos 30 anos, tendo assistido às alterações colocadas à formação, ao ambiente numa redação e ao processo de publicação de uma peça desde que é escrita até ao momento em que é publicada.

Numa conversa sobre cinema com alunos de Comunicação, o tema do mercado e das oportunidades não passou ao lado. Ciente dos medos e receios dos estudantes, dos sentimentos de abandono e frustração que trazem consigo, Mário Augusto deixou uma palavra de esperança: “A mensagem que eu acho que é importante passar aos jovens é que sintam que há sempre oportunidades. Hoje consegue-se fazer muita coisa com poucos meios e recursos pequenos.”

O convidado considera que o segredo do seu sucesso passa por querer ser curioso e por pensar mais à frente do outro: “Tenho uma curiosidade latente e constante desde a minha adolescência que ainda hoje mantenho”, afirmou em entrevista ao ComUM. “A curiosidade de uns e a vontade de outros de contar histórias faz o cinema avançar”, acrescenta o jornalista, afirmando que é esta a fórmula para que cada um seja capaz de se destacar.

Quando questionado sobre a lacuna que há na televisão portuguesa no que toca ao cinema, Mário Augusto afirma: “Os programas de divulgação de cinema e de entretenimento focados nestas áreas não tem propriamente uns horários muito bons mas há 15 anos que faço o Janela Indiscreta e, enquanto eu tiver vontade e eles me deixarem, eu irei continuá-lo.” Com 30 anos de carreira, que passaram pelas mais variadas áreas, é inevitável não questionar sobre os novos projetos profissionais: “Há sempre coisas para fazer”, esclarece.

No final do encontro, Mário Augusto recordou as palavras de Henrique Mendes, profissional que sempre admirou, e deixou mais um conselho aos jovens estudantes: “Nunca se leve muito a sério mas faça as coisas com seriedade.”