Os Xutos “pontapearam” muito ânimo, por entre um manto de chuva que cobriu a plateia, num momento em que se exaltaram as míticas letras da banda. Ontem, no 2ºdia do Enterro da Gata, os Xutos e Pontapés marcaram presença no Estádio Municipal de Braga.
Iniciadas pouco antes da uma da manhã, as guitarradas e a voz grunhida de Tim, acompanhados, tal como é habitual, de Zé Pedro, Kalú, João Cabeleira, Zé Leonel e Gui, fizeram-se ouvir, após a sonoridade vimaranense dos Virar DaSquina. Os membros da banda portuguesa de rock tocaram sons em torno da novidade do disco O Cerco Continua. Os cartões-de-visita como Para ti Maria ou Ai se ele cai geraram um ambiente de êxtase generalizado e uma efusão mais aderente ao concerto.
O estudante de Engenharia Informática André Sousa deixou claro que “não é muitas vezes que se pode dizer que se dê um concerto destes ao livre”. “Os Xutos são sempre uma animação”, complementou a aluna Ana Cardoso, do 2ºano de Ciências da Comunicação.
O evento reuniu, contudo, um “dilúvio” em ponto pequeno. Várias pessoas abandonaram o recinto, saltitando entre barracas e tendas, acompanhadas dos impermeáveis ou apenas do próprio corpo envolvido num frio banho ao ar livre. A verdade também inclui aqueles que Tim decidiu designar de “resistentes”, pela permanência no recinto do espetáculo, onde a vibração se partilhou energicamente entre os fãs.
Cristina Mendes, uma fã presente, comentou: “Uma pessoa está ali a sentir o momento. A chuva é o menos do concerto.” “Quando são bandas como os Xutos nada é impeditivo”, acrescentou Rafael Pereira, apreciador da banda.
A banda conta já com 38 anos de carreira. Desde 1978, que, com algumas ausências e novos elementos, os Xutos e Pontapés têm presenteado o público com a música percussora no rock’n’roll português. Zé Pedro, um dos fundadores dirigiu-se a todos os presentes com gratidão: “Vocês são a razão do nosso existir. Sem vocês não estaríamos aqui.”