É barcelense e quer ser cantora. Já interpretou as músicas da Floribella e já encheu os palcos com os fados de Amália Rodrigues. Reconhece que ter 18 anos é apelativo, mas, até lá, há que “crescer sem pressa nenhuma”. Diana Martins foi a menina que brilhava ao lado do cantor Ricardo Soler no programa A tua cara não me é estranha - kids, nas noites de domingo da TVI. Acabou por vencer o concurso e, agora, é uma adolescente com um álbum homónimo editado. “Façam barulho” é o single de apresentação.


ComUM: Tinhas quatro anos quando cantaste pela primeira vez num palco. Lembras-te desse momento?

Diana Martins: Lembrar-me perfeitamente não me lembro, mas tenho algumas imagens desse momento. Lembro-me de estar vestida à Floribella e de cantar temas dela.

ComUM: Nietzsche disse que sem música a vida seria um erro. Qual é a tua relação com a música?

Diana Martins: Eu penso que a minha relação com a música é idêntica à de Nietzsche. De facto, a música dá para tudo na vida, até para comunicar! E eu, sendo uma amante da música, acho que a minha vida não seria igual se não existisse esta magnífica arte. A minha e a de muitos!

ComUM: Os teus pais são professores de música e têm uma banda. Acreditas que se eles trabalhassem numa área diferente também o teu percurso seria diferente? Ou era inevitável começares a cantar e a pisar os palcos?

Diana Martins: Sempre ouvi dizer que a música e ser-se músico não é profissão, é um destino. Se nasci com esta vontade de viver na música, é porque acho que assim tinha de ser. Mas obviamente que os meus pais tiveram a sua influência…

ComUM: Consegues identificar o momento da tua vida em que decidiste que querias ser cantora?

Diana Martins: Eu não digo que tenha existido um momento em que tenha decidido ser cantora, porque o canto pertence à música. Mas sei que o momento em que decidi que era isto que queria foi por volta dos 11 anos. Foi aí que parei para pensar e me decidi a viver disto.

ComUM: Quando iniciaste a participação n’ A tua cara não me é estranha, tinhas 12 anos. Passaram apenas dois anos, mas este tempo coincidiu com a tua entrada na adolescência e tudo o que isso implica. És uma pessoa diferente daquela que eras em 2014?

Diana Martins: Eu não costumo avaliar-me, mas tenho a noção de que em dois anos muita coisa muda. E de facto mudou. Eu acho que cheguei a dar uma volta de 360ºs. Contudo, continuo o mesmo anjinho de sempre!

ComUM: No concurso da TVI, interpretaste artistas como Amália Rodrigues ou Sara Brightman. Com o teu disco, entras num registo pop e, tal como já disseste em entrevistas, escrito para a tua idade. Essa é uma forma de tu mesma viveres sem teres pressa de crescer (o que é uma das mensagens do disco)?

Diana Martins: Eu acho que sim, acho que devemos ou pelo menos tentar crescer sem pressa nenhuma! Nós pensamos, pelo menos eu, que os 18 anos é que são porreiros, que é quando podemos tirar a carta de condução, etc. Mas e o resto? E o que passamos antes? Claro que esta fase não é de todo fácil porque mudamos bastante. Há muita coisa que gostava de passar à frente. Mas faz parte da vida e para podermos no futuro ter autonomia e pensarmos direitinho, temos de passar por esta “idade da parvalheira”.

ComUM: No dia 26 de mrço, apresentaste pela primeira vez o teu álbum ao vivo. Como foi essa noite?

Diana Martins: Foi sem dúvida uma noite fantástica! De facto, eu sou uma sortuda por ter a equipa que tenho neste projeto. Com a banda que era, com o palco que era, acho que só poderia correr bem, o que foi o caso! Tivemos uma plateia bastante grande (para um dia da semana) e foi maravilhoso! Será para sempre um momento que guardarei no coração…

ComUM: Agora a tua cara já não é definitivamente estranha para ninguém. Como é lidar com essa realidade?

Diana Martins: No início achava um tanto estranho. Agora as coisas já são diferentes… Antes viam-me como a menina que cantou na primeira gala sem óculos e que venceu. Agora já me começam a ver como a miúda barcelense que lançou um disco e que está a correr bem. É óbvio que não deixa de ser assustador e temos que estar sempre preparados para o que os outros dizem sobre nós. Mas tal como dizem os temas, sou como sou e nada me mudará.

ComUM: Vamos saltar no tempo. Imagina-te daqui a dez anos. Onde estás e o que estás a fazer?

Diana Martins: Isso é algo em que nunca pensei. É verdade que sempre sonhei bastante, mas com os pés assentes na terra. Talvez daqui a dez anos esteja com um diploma na mão, com um Curso Superior realizado, a compor e a trabalhar para o futuro. Sim, daqui a dez anos vou tornar-me uma verdadeira adulta.