PZ, ou melhor, Paulo Zé Pimenta começou a dar os primeiros passos na música, em 2005. O cantor alternativo, natural do Porto, que ficou reconhecido com os temas “Croquetes” e “Cara do Chewbacca”, lançou o novo videoclipe “Bestas”, na semana passada.
Em entrevista ao ComUM, PZ desvendou as ideias por detrás de “Bestas” e aproveitou para revelar alguns segredos sobre os seus projetos futuros.
ComUM: Qual a inspiração por detrás da tua música “Bestas”?
PZ: Esta música foi inspirada exatamente pelas bestas que temos que aturar no dia-dia, que vemos na televisão, no trânsito, no trabalho… E há também aqueles momentos em que nós próprios nos tornamos as bestas, muitas vezes sem nos apercebermos. O tom, a métrica e a melodia das vozes foi inspirada pelo beat que muitas vezes influencia também o próprio tema e partes da letra.
ComUM: E quanto ao videoclipe da música, de onde surgiu a ideia?
PZ: Eu tinha uma ideia de fazer um vídeo tipo “Grease” com várias pessoas a cantar o refrão no mercado do Bulhão. Mas, quando mostrei a música ao realizador, o Alexandre Azinheira, e lhe expliquei a minha ideia meio generalista, ele trocou-me logo as voltas e apresentou-me uma ideia ainda melhor e mais direta para o tema da música. Os caretos tradicionais de Trás-os-Montes personificaram estas bestas na perfeição, e tornaram-se a história do vídeo. Foi uma experiência única conviver com estas bestas.
ComUM: O que gostaste mais na gravação do vídeo?
PZ: Como referi, o que gostei mais da gravação do vídeo foi poder fazer parte do ambiente muito peculiar dos caretos. São pessoas normais e simples que, quando vestem aquela pele, se tornam as verdadeiras bestas! Bestas das boas…
Quando cheguei ao Mercado do Bulhão para filmarmos a primeira cena com eles estava um barulho ensurdecedor de chocalhos. Eles já estavam a correr e a dançar de um lado para o outro, a “assustar” as pessoas e os comerciantes, sempre naquele tom de brincadeira e de libertação de constrangimentos sociais, que me diz muito e que eu tento transparecer também através da minha música. Mas eles metiam-se comigo também. Sempre a chamarem-me: “ó pijama!”, “onde está o pijama?”. Depois na cena final do Plano B, gostei muita da descompressão e da vinhaça que tem sempre que acompanhar aquele ritual. Conversei com alguns deles e estava-se muito bem no meio daquela surrealidade, que era estar no Plano B, a beber uns copos com uns caretos vestidos a rigor, como se não fosse nada.
ComUM: Que mais novidades podemos esperar vindas de ti?
PZ: Estou a desenvolver um novo álbum para ser lançado ou no fim deste ano ou no início do próximo. Já tenho mais de metade do álbum feito e já sei quais as músicas que vou acabar para que fique como quero. De certeza que vou lançar uma música nova, já do novo álbum, ainda este ano com mais um videoclipe.