Após quatro anos, Richie Campbell regressou ao palco do Enterro da Gata. Agora, já mais crescido e a explorar novos estilos musicais, o cantor partilhou connosco um bocadinho sobre o estado atual da sua carreira e sobre as suas previsões para o futuro.

ComUM: Como foi atuar neste palco?

Richie Campbell: Foi muito bom, nós já tínhamos estado cá em 2012 e foi muito bom cá voltar, especialmente, porque em 2012 estava a começar e desta vez fomos recebidos de uma maneira completamente diferente. Fiquei fã de Braga e quero cá voltar!

ComUM: Em relação à tua música “Break of Dawn”, como é que foi conciliar o teu estilo musical com o do Nelson Freitas?

Richie Campbell: Para mim foi relativamente fácil, porque o género da música é muito parecido com dancehall, que é outro género de música que se faz muito na Jamaica, que eu sempre fiz desde o início e, por isso, foi muito fácil para mim adaptar-me. Para além de que eu gostei muito da música e quando ele me mostrou a música gravamos logo. Foi tudo muito automático e, para mim, quando as coisas são assim, é quando saem melhores.

ComUM: No que toca ao teu novo single “ Do You No Wrong”, qual foi a tua inspiração?

Richie Campbell: Não foi de todo planeado, eu não tinha pensado “agora vou gravar algo mais R&B” mas, por acaso, um produtor que é meu amigo já há anos foi a minha casa e mostrou-me vários instrumentais e deixou-me lá esse e foi o primeiro que agarrei. Como as pessoas todas gostaram, achamos que tínhamos de fazer alguma coisa com esta música, e ainda bem que o fizemos porque toda a gente está a adorar!

“Eu estou sempre a procurar influências em todo o lado, seja a nível de música, seja a nível de estratégia, isso para mim é muito importante!”

ComUM: Qual é a personalidade que mais te inspira no universo musical?

Richie Campbell: Há imensas, desde todas as influências que tenho no reggae, desde sempre, como o Bob Marley, o Dennis Brown e o Garnett Silk, até coisas mais recentes, como o Drake e o Vybz Kartel. Eu estou sempre a procurar influências em todo o lado, seja a nível de música, seja a nível de estratégia, isso para mim é muito importante!

ComUM: E o que nos tens a dizer sobre o futuro do Reggae em Portugal?

Richie Campbell: Eu acho que o Reggae é um género musical que, não só em Portugal mas também no mundo inteiro, é muito cíclico, tem pontos altos e baixos. É sem dúvida o estilo musical que me tornou artista, e não está na melhor fase mas eu acho que é mesmo assim, e eu próprio acho que é difícil forçarmos as pessoas a um género se elas não estão preparadas para ouvir. Acho que o reggae vai passar agora uma fase mais abaixo do radar mas isso é bom, porque é aí que se vai voltar a criar o fanatismo. Mais tarde ou mais cedo vai aparecer outro “Richie Campbell” em Portugal e vamos levar este género outra vez para o topo!

ComUM: Mas ainda vais ficar por cá durante muito tempo, certo?

Richie Campbell: Eu ainda vou ficar durante muito tempo, nunca vou deixar de fazer música reggae. Se calhar agora estou numa altura de fazer coisas diferentes, até porque estou mais crescido e quero experimentar coisas novas, e acho que as pessoas estão preparadas para ouvir coisas novas minhas e não quero nunca ser previsível!