Tim Hecker marcou presença na blackbox do gnration, esta segunda-feira. O espetáculo teve como pretexto a apresentação do novo álbum do músico, Love Streams.

Depois de Ben Frost e Kode9, foi a vez do canadiano Tim Hecker subir ao palco do gnration para apresentar Love Streams, o novo álbum do músico lançado em abril deste ano. A participação da Icelandic Choir Ensemble, que adicionou uma textura sacra ao seu som ambiental de Love Streams, fez-se notar esta segunda-feira.

Rodeado pela escuridão e coberto de fumo, onde a única iluminação provinha de pequenas luzes coloridas que traduziam um ambiente quase que inspirado no Blade Runner, Tim Hecker proporcionou ao público uma hora de puro ruído musical com uma melodia que apenas este músico consegue compor.

O público desenhava-se em vultos que preenchiam a Blackbox e a música apresentava-se como uma sombra que se espalhava pelas quatro paredes. “Castrati Stack” e “Black Phase” foram algumas das músicas apresentadas que contaram com o entusiasmo da plateia.

Através da sua densidade e de baixos profundos e massivos, Hecker fez com que a escuridão da sala ganhasse outra dimensão. A adição de coros de música sacra medieval, aliados à espessura de baixos avassaladora, criaram um padrão inigualável de uma música enigmática e profunda a roçar no obscuro. A colaboração do teclista Kara-Lis Coverdale e dos sopros de Grímur Helgason mostrou-se uma escolha acertada e aprovada pelo público.

Um espetáculo com uma ambiência sonora minimalista, aliada ao uso astuto do abstrato, que promoveu uma noite eletrónica intensa e carregada de sensações.

O artista segue para rumo a Lisboa para atuar no Teatro Maria Matos, esta terça-feira.