Uma resposta ao “tédio” em que Braga estava mergulhada no arranque da segunda década do século. Foi este o mote que levou João Pereira a começar a organizar concertos. A sua história começa com “Xerifes & Cáboys”, em 2012, e agora celebra o primeiro aniversário da Bazuuca.

Falar da Bazuuca é falar de um nome: João Pereira. É o homem por detrás da jovem promotora de concertos bracarense, que celebra o primeiro aniversário no próximo sábado. Mas para falar deste primeiro ano da Bazuuca, e chegar à festa de aniversário, temos de viajar até 2012.

Um concerto por mês no “Espaço Quatorze”. Foi assim que João começou a sua presença na “cena” bracarense. Primeiro como Xerifes & Cáboys, mais tarde, em 2015, como Bazuuca. “Estava farto do tédio que estava instalado [em Braga]”. O promotor não percebia como numa cidade, com tantos jovens, “não nos oferecia quase nada”. Um concerto esporádico no Theatro Circo e pouco mais. Era este o cenário que vigorava em Braga quando João começou a organizar concertos.

Hoje, a paisagem é diferente. “Há mais oferta, mais espaços abertos e uma maior variedade de escolhas”, considera. Mas ainda há margem para mais. “Os tempos são de mudança e a oferta pode aumentar”. A vontade é de “fazer mais concertos, em mais espaços”, mas para isso “é preciso que eles existam”.

O Theatro Circo e o gnration são, atualmente, os pontos de referência da cultura bracarense, para João Pereira. “Estão a arriscar e conseguem manter um grau de qualidade muito bom”.

Para além dos concertos regulares e do agenciamento de bandas, João integra a organização do festival Braga Music Week. Fotografia: Inês Martins

Para além dos concertos regulares e do agenciamento de bandas, João integra a organização do festival Braga Music Week. Fotografia: Inês Martins

Noutro campeonato está o Sé La Vie. O pequeno bar, a poucos passos da Sé de Braga, que “é já um espaço de referência na cidade”. A sua abertura deu um novo palco às bandas emergentes, mas não só. Os Mão Morta já subiram ao pequeno palco do Sé La Vie para um concerto em apoteose, do início ao fim, e cheio de suor.

É para esse bar que João Pereira vai levar a festa de aniversário da Bazuuca, este sábado. Não haverá bolo, nem champagne. O produtor prefere jogar pela certa e fazer aquilo que sabe melhor. Isto é, um concerto. Mas este é “especial”, pelo aniversário e por marcar o regresso dos 10 000 Russos a solo nacional, depois de terem percorrido a Europa em tour.

Para além da banda portuense, João aposta ainda na prata da casa. Com ele leva para palco elementos de quatro bandas que agencia: Bed Legs, The Missing Link, This Penguin Can Fly e Tundra Fault, em formato “Bazuuca SS y Sus Conjuntos.” Fica a faltar The Japanese Girl para a família ficar completa neste DJ set em que irão ser rodadas “grandes malhas”.

Depois da festa, começa o segundo ano e o mentor do projeto espera que seja “ainda mais incrível” do que o primeiro. “Ainda agora comecei”, avisa.