A tradição voltou a cumprir-se e Braga foi, novamente, palco do cortejo académico minhoto. As ruas da cidade encheram-se de milhares de jovens universitários que, em folia, desfilaram nos seus camiões, decorados minuciosamente sob o tema deste ano “A Gata não perde o Fôlego”.

Mais uma etapa na vida dos estudantes que termina após a passagem na tribuna. A alegria e o entusiasmo daqueles que, pela primeira vez, caminham no cortejo contrasta com as lágrimas daqueles para quem este foi o último ano.

Apesar da forte chuva que se fez sentir, os estudantes, tal como a gata, “não perderam o fôlego” e mostraram-se bastante animados, dançando ao som da música que entoava em cada camião. A cerveja, também não faltou e à descrição era atirada pelo ar.

Os espetadores, familiares e amigos preferiam que a chuva desse tréguas, mas consideraram que a alegria dos jovens em nada foi condicionada. Em tom de brincadeira, vários foram os que declararam que “Cortejo molhado é cortejo abençoado”.

E pela chuva dezenas de camiões caminharam em direção à tribuna, para que lá cada curso fizesse a sua apresentação ao presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, Bruno Alcaide, ao Papa, Hélder Barbosa e ao Cabido de Cardeais.

Carla Fernandes, estudante do 2º ano de Turismo na Universidade Católica de Braga confessou que “foi muito cansativo preparar o camião”, no entanto, o resultado final, na sua opinião, foi “fantástico”.

Passada a tribuna, os cursos não sentiram que a etapa estava concluída. Para tornar este dia mais marcante e memorável uniram-se no chafariz da Praça da República e entoaram os seus hinos de curso, agora com hierarquias diferentes.

“É uma angústia enorme, um vazio no coração por este ser o último ano”, afirmou Marta Malheiro, finalista do curso de Administração Pública. Do mesmo curso, mas a viver a experiência pela primeira vez, António Barbosa reconheceu que esta é uma das tradições mais importantes e que são estes momentos que lhes fazem aprender a ser “uma família dentro de um curso”.

Os abraços foram fortes, as lágrimas teimaram em não parar e as hierarquias não resistiram à amizade que uniu estes jovens durante o último ano.

“Foi fantástico participar no cortejo, é uma experiência que nem se consegue explicar”. “Foi com eles que comecei e é com eles que acabo”, disse Sofia Martins, do 1º ano de Ciências da Comunicação.