O rock marcou a segunda noite do Enterro da Gata’16 com a presença da banda lendária Xutos e Pontapés. Numa entrevista descontraída, o guitarrista Zé Pedro confessou-nos a verdadeira identidade da “Maria”, mostrou vontade de voltar e deixou uma mensagem aos estudantes minhotos.

ComUM: 37 anos de Xutos e Pontapés… O que falta fazer?

Zé Pedro: Falta fazer mais… Bem, não sei se conseguimos mais 37 – acho que não – mas faltam mais uns anos que hão de vir e que iremos certamente aguentar. Os Xutos e Pontapés normalmente pensam no futuro próximo, um ou dois anos. Iremos começar a compor no final deste ano, pelo menos é o que está previsto, dependendo do trabalho que vamos tendo com os concertos. Vamos começar a compor para um novo álbum, vamos lá ver quando é que sai! Hoje em dia os álbuns têm a história que têm e têm a divulgação que têm, portanto temos de pensar como é que isso irá ser repartido. Para já, temos de pensar em fecharmo-nos um bocadinho na nossa sala de ensaios e tentar compor alguma coisa.

ComUM: Os Xutos são Xutos e Pontapés dentro e fora do palco?

Zé Pedro: Somos, sim! Somos Xutos e Pontapés dentro e fora do palco! Quando subimos ao palco ou quando estamos a trabalhar juntos nós temos uma atitude de equipa e a “coisa” funciona muito nesse trabalho de equipa. Claro que somos todos diferentes. Fora do palco cada um tem as suas vidas mas são muitas as vezes que nos encontramos. Por exemplo, três de nós estavam no concerto dos AC/DC. É a prova de que a gente se encontra como também há alturas em que cada um está na sua vida.

ComUM: Zé Pedro, quem é a Maria?

Zé Pedro: A Maria… (risos) A Maria é aquilo que as pessoas quiserem e imaginarem, tanto raparigas como rapazes. Eu acho que as letras ganham vida quando as pessoas imaginam a história que pode estar contada nas suas entrelinhas.

ComUM: Sentem que sempre, para sempre, irão gostar de vocês?

Zé Pedro: Pelo menos a gente faz por isso e tentamos não desfraldar nada! Tentamos não desiludir as pessoas e é por isso mesmo que temos uma grande entrega nos concertos e na maneira como fazemos as nossas músicas. Acho, sobretudo, que as pessoas se identificam com isso e é esse o nosso maior trunfo.

ComUM: Apesar da chuva, sentiram-se nas dunas esta noite?

Zé Pedro: Sim, sem dúvida. O concerto correu muito bem. Infelizmente, as condições atmosféricas foram muito más. As pessoas apanharam muita chuva e estavam encharcadas. Nós, em cima do palco, vemos isso e é um pouco desagradável mas por outro lado, exige um esforço maior da nossa parte para compensar aquilo que as pessoas estão a sentir.

ComUM: Podemos então dizer que esta noite foram os Xutos e Pontapés ao leme…

Zé Pedro: Foram… (Risos) Podes dizer, sim!

ComUM: De Bragança a Lisboa, pretendem parar em Braga?

Zé Pedro: (Risos) Pretendemos claro! E agora já não são oito horas de diferença, com o túnel do Marão ficou mais perto. (Risos)

ComUM: “Eu não me vou daqui embora sem levar uma prenda tua”. Uma mensagem para os estudantes minhotos.

Zé Pedro: Olha, sinceramente, espero que consigam ter uma vida tão feliz como eu tenho e como tive ao longo destes anos! Desejo também boa sorte não só para acabarem o curso como também para as suas futuras carreiras profissionais e para as suas vidas pessoais!