O cantor talvez tenha nascido dentro dele, mas foi no YouTube que nasceu para o público. A imagem passou pelos ecrãs dos concursos “Factor X” e “Ídolos” da SIC. Hoje, a música do jovem chega aos espaços onde a TVI está sintonizada, no horário em que a série “Massa Fresca” é transmitida. É “YouTuber do Ano” para a categoria musical e é a voz do hino oficial do MEO Sudoeste, ao lado de Miguel, O Paraíso. Com um Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico e dois singles já disponíveis nas plataformas digitais, da conversa com Paulo Sousa fica a revelação de querer ser “músico a vida toda” e a promessa que novas temáticas serão abordadas nas próximas composições.

ComUM: Depois de vários anos a fazer covers, lançaste os singles “Onde Quero Estar” e “Todos os Dias”. Qual é o sentimento ao veres que criaste algo teu?

Paulo Sousa: É um sonho tornado realidade. Passar de um quarto, com a câmara ligada a cantar músicas de outros, para um palco a cantar músicas minhas é a concretização de um desejo de há muito!

ComUM: Como é que decorreu o processo de composição dos temas?

Paulo Sousa: É um processo criativo mais complicado do que me parecia, até porque nunca tinha explorado muito esta faceta de composição e que, cada vez mais, vejo ser essencial. É uma equipa que faz o bolo final e que faz das melodias, das letras e dos rascunhos uma música, numa sonoridade que espero sempre que soe a “Paulo Sousa”.

ComUM: O que é que te inspira?

Paulo Sousa: As pessoas. As histórias delas e as minhas. Nem tudo o que tenho escrito é pessoal, mas sei que é transversal a muitas outras pequenas histórias. Mas são as pessoas, o bem e mal delas, que me inspiram.

ComUM: Nos teus singles, há uma forte alusão a relações humanas e, em especial, ao amor. O que é que há de tão fascinante nestes tópicos para que se fale tanto sobre eles?

Paulo Sousa: Embora não seja sempre essa temática que vem nas minhas músicas, é, de facto, um tema incontornável e que todos nós, a determinada altura da vida, passamos. Não há hipótese! O cupido atinge-nos sempre. E é tão bom quando se está apaixonado que não há melhor expressão que a música para o gritar.

ComUM: Em 2013, participaste no Fator X com o grupo YEAH!LAND e chegaste à fase das galas. Dois anos depois, voltaste aos ecrãs da SIC, participando no Ídolos, e alcançaste o terceiro lugar. O que é que mudou nesses dois anos?

Paulo Sousa: Quando terminou o Factor X (e até mesmo durante o programa) sempre senti que talvez o “Paulo Sousa” não fosse suficientemente bom a solo, por me terem colocado num grupo. Agarrei nas luvas e comecei a apostar num projeto mais a solo, investindo no YouTube, até achar que estava com a maturidade e tempo para arriscar mais uma vez. E assim foi! E que bom que foi!

ComUM: Em relação às atuações em grupo… Sentes que foi mais difícil trabalhar com os YEAH!LAND do que concorrer a solo?

Paulo Sousa: Acaba por ser tudo tão diferente. Nos YEAH!LAND, por um lado, as falhas individuais podiam ser camufladas pelos outros elementos. Por outro lado, eu era “o rapaz que estava nos YEAH!LAND”. A solo, as falhas e os sucessos eram inteiramente da minha responsabilidade. Mas fosse um fracasso ou um sucesso, era sempre o “Paulo Sousa”.

ComUM: Consideras a hipótese de um projeto musical em grupo?

Paulo Sousa: “Nunca digas nunca”. Não é algo que ambicione no momento, mas nunca se sabe. O único projeto em que estou de corpo e alma é a minha banda e a minha música. Quiçá um dia algo mais coletivo!

“Desistir é para os fracos.”

ComUM: Podemos dizer que a tua passagem pela televisão correu bem, na medida em que te ajudou no lançamento da carreira musical. Mas podia não ter sido assim. Aconselhas àqueles que estão a dar os primeiros passos no mundo da música a terem experiências televisivas em concursos?

Paulo Sousa: Totalmente! Antes do Factor X, eu próprio já tinha tentado participar no Ídolos, não tendo chegado às galas, na altura. Desistir é para os fracos. Se têm o sonho, seja em que área for, lutem! Mas é importante trabalhar. Se ainda não é o suficiente, estuda-se e trabalha-se até que o seja. E são experiências que ficam para a vida. Nem só de sucessos reza a lenda!

ComUM: A tua ligação à televisão não se fica por aqui. Os singles que lançaste acabaram por fazer parte de bandas sonoras de novelas da TVI. Sentes que este formato de ficção pode ajudar-te em termos de promoção do trabalho que fazes? Ou é limitador, na medida em que ficas associado a esse registo?

Paulo Sousa: As músicas nas novelas são uma ótima forma de divulgação e de promoção de um artista e sou um sortudo em ter duas novelas com as minhas duas músicas! Não creio que seja limitador, já que a música é para ser partilhada. E há melhor maneira de entrar na casa das pessoas, todos os dias?

“Sou um fã de todas as redes sociais!”

ComUM: Além da televisão, o YouTube é uma ferramenta de trabalho para ti. Aliás, foi nessa rede que te deste a conhecer. Que potencialidades têm as redes sociais digitais para a arte?

Paulo Sousa: Tudo começou no YouTube! Cada vez mais as redes sociais fazem também um artista. É o contacto mais instantâneo que se pode ter com os seguidores do nosso trabalho, para dar a conhecer as novidades, os concertos, as músicas, tudo! Sou um fã de todas as redes sociais!

ComUM: Foste considerado “YouTuber do Ano” na categoria musical, pelo segundo ano consecutivo. Esse título tem repercussões nos teus vídeos?

Paulo Sousa: É um reconhecimento pelo trabalho digital que se tem. Tendo tudo começado no YouTube, vejo com um olhar especial este prémio. Não creio que tenha grande influência nos vídeos, mas, com certeza que, através do evento que divulga e dos prémios que, novos seguidores aparecem!

“Adorava poder dizer que fui músico a vida toda, a tempo inteiro.”

ComUM: Pensas seguir uma carreira exclusivamente musical? Ou tens em vista outros projetos profissionais?

Paulo Sousa: Espero tanto! Apesar de ter o Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico, a música é a minha grande paixão. O ensino, a segunda! Adorava, daqui a muitos, muitos anos, poder dizer que “fui músico a vida toda, a tempo inteiro”.