Apenas os estudantes da UMinho vão a julgamento no caso do muro
O Tribunal de Braga decidiu hoje, sexta-feira, que apenas vão a julgamento os quatro estudantes que subiram à estrutura que provocou a morte de três estudantes da Universidade do Minho, como defendeu o Ministério Público no fim do passado mês de junho.
Apenas os três estudantes que requereram abertura da instrução foram hoje pronunciados, sendo que o outro estudante está à espera da decisão de um recurso que está pendente. Após a decisão estar tomada, este pode também pedir a abertura da instrução.
Um fiscal, um engenheiro da Câmara de Braga e um responsável de uma empresa de condomínios, que também eram arguidos no processo, não foram pronunciados pela juíza.
A juíza de instrução declarou, durante a sessão, que a “pressão exercida” pelos estudantes que se colocaram em cima do muro foi “causa direta” da sua queda, e citou o parecer de peritos em que é declarado que a estrutura aguentava “apenas o seu próprio peso”. Sublinhou, ainda, dizendo que era evidente que “aquilo não era uma estrutura para se saltar para cima”.
A juíza disse também que os três arguidos não pronunciados saíram beneficiados pelo desaparecimento, nas instalações da Câmara de Braga, do processo físico relativo ao local. João Noronha de Carvalho, o advogado das famílias das vítimas, declarou que o desaparecimento é uma “coincidência inaceitável e incompreensível”.
Continuam, deste modo, a serem desconhecidos os detalhes do que foi dito na troca de correspondência entre a Câmara e o administrador do condomínio sobre a estrutura, a sua segurança e que procedimentos foram tomados por ambas as partes.
A 23 de Abril de 2014 uma estrutura em cimento e tijolo que servia de suporte a caixas de correio (que não estava em uso) desabou sobre três estudantes do primeiro ano da Licenciatura em Engenharia Informática da Universidade do Minho. Os três jovens perderam a vida.