Ciro Cruz, baixista brasileiro, natural do Recife e um dos fundadores da banda The Black Mamba, vê agora os álbuns “Groove Inside” e “Mandala” em formato digital. Com um currículo de gravações com mais de 100 álbuns, já atuou com diversos nomes da música nacional e internacional. No entanto, revela agora ao ComUM que está com as energias voltadas para o próprio trabalho e que “a fase de acompanhar cantores já passou”.

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ComUM: Os álbuns “Groove Inside” e “Mandala” tiveram já edição física em 2014 e 2015, respetivamente. Como é a sensação de estarem agora em formato digital?

Ciro Cruz‏: O formato digital faz com que a música fique disponível em qualquer parte do mundo. A sensação de estar a mostrar o trabalho a muita mais gente é maravilhosa, que é o objetivo de qualquer artista.

“Música é música.”

ComUM: Que estilos musicais predominam nestes álbuns?

Ciro Cruz: A minha música não é baseada em um estilo. Toco Jazz, Funk, Baião e o que vier à cabeça. Música é música.

ComUM: Como tem sido a reação do público?

Ciro Cruz: A reação do pública é muito boa, apesar de saber que há uma resistência a música instrumental.

ComUM: O que o inspira?

Ciro Cruz: A vida, as histórias passadas e o som do meu baixo.

ComUM: É natural do Brasil, mas o que é que o trouxe a Portugal em 2005?

Ciro Cruz: 2005 foi o ano em que eu decidi mudar-me para Portugal. Mas a ideia já vem desde criança por causa do meu pai ser lisboeta.

ComUM: Já atuou com Rui Veloso, Jorge Palma, Expensive Soul, Sara Tavares, Incógnito, Omar, Maria Rita, Mariza, Carminho e Raquel Tavares. Quem gostaria de acrescentar a esta lista?

Ciro Cruz: Para ser sincero, não há nenhum nome que eu queira acrescentar à lista. Estou com as minhas energias voltadas para fazer o meu trabalho e a fase de acompanhar cantores já passou.

ComUM: Que sensações habitaram em si quando atuou no Rock in Rio, em Lisboa, este ano?

Ciro Cruz: Foi muito gratificante poder tocar no Rock in Rio Lisboa como artista, com o meu projeto. Nas edições anteriores participei apenas como músico.

“Ninguém consegue chegar a um nível alto como músico se encarar a música como um hobby.”

ComUM: Que conselhos daria a alguém que quer singrar no mundo da música?

Ciro Cruz: Levar a sério. Ser profissional e viver da música, mesmo que este caminho apresente algumas dificuldades. Ninguém consegue chegar a um nível alto como músico, seja ele cantor ou instrumentista, se encarar a música como um hobby.

ComUM: Para terminar, já tem outros projetos em mente?

Ciro Cruz: Sim. Tenho! Mas, para já, o meu objetivo é acabar o meu terceiro álbum, que vai entrar em fase de mixagem, para lançar em formato físico em setembro.