Há pouco mais de um ano e meio, o BC Barcelos assaltava o trono da Liga Portuguesa de Basquetebol (LPB). Hoje, sabemos que não marcará presença na próxima edição do campeonato português. Tal como os barcelenses, a Naval 1º de Maio abandonou a montra do futebol nacional há três anos.
Passo a explicar, foi exatamente em 2013 que cheguei ao Minho, 200 quilómetros depois, vindo da Figueira da Foz. Como pouco esperaria, nestes anos de universidade e de ComUM acompanhei de perto a realidade dos emblemas minhotos, bem como do clube da minha terra, a Naval.
Não será fácil entender, mas consigo vibrar tanto pelas equipas minhotas como das poucas vezes que estive no Estádio José Bento Pessoa, o estádio da Naval. Estas terras acolhem-nos e prendem-nos de tal forma que arranjamos mais um clube para apoiar e conquistas para celebrar.
Sentei-me no sofá a ver freneticamente a vitória do ABC diante do Benfica que voltou a dar o título de andebol à cidade de Braga. Esbocei um sorriso com as defesas do Marafona na Taça de Portugal e senti orgulho no esforço do Braga/AAUM diante do Sporting. Falei com o Reinaldo Ventura e percebi a força do OC Barcelos, provada na conquista da Taça CERS.
Na época passada acreditei na surpresa do BC Barcelos diante do Benfica para a Taça de Portugal, mas a História não quis nada com os homens do “galo”. Este ano, caíram na primeira ronda dos play-offs diante da Ovarense, no regresso à “normalidade”. No próximo ano, regressam ao terceiro escalão nacional, à procura de reconquistar a estabilidade que lhes permitará voltar ao palco principal.
A história da Naval tem poucas semelhanças com a recente desistência do BC Barcelos, mas o sentimento de tristeza é semelhante. Ambas abdicaram da participação nos campeonatos, com a razão financeira a prevalecer à capacidade desportiva – no caso da turma figueirense da Segunda Liga que disputava – e, apesar das circunstâncias serem diferentes, é menos um clube posso ver ganhar ao mais alto nível.
O Minho prega-nos estas partidas. Ficamos tristes com a desistência de um clube que mal conhecíamos há três anos como se do clube da nossa terra se tratasse. Mas percebe-se. Afinal esta também já é a minha casa.