No primeiro artigo que escrevi para o ComUM, perdi-me na cidade de Braga. Saí uma hora mais cedo, mas nem a aplicação com GPS me impediu de desesperar por quase chegar atrasado à entrevista marcada. Ouvindo agora as perguntas, gaguejadas e lidas diretamente do papel, não consigo deixar de soltar uma gargalhada saudosista que só as memórias da nossa ingenuidade nos conseguem provocar. Quando, em setembro de 2012, abracei o desafio de ingressar na equipa do ComUM Online, era ingénuo o suficiente para não saber no que me metia. Hoje, quatro anos passados, muitas noites por dormir e alguns artigos depois, chega a hora de dizer adeus.

Foram grandes momentos aqueles que passei por cá. Falei com todo o tipo de fontes e encontrei muitas histórias. Nem sempre felizes, mas boas histórias. Comovi-me com algumas delas e chateei-me muito mais com as respostas que nunca mais chegaram. E descobri o silêncio das madrugadas graças a este jornal. O silêncio das madrugadas é perfeito para escrever reportagens.

Lidei também com muito talentos. Gente cheia de vontade de fazer mais e melhor. E trabalhei com a melhor equipa que um jornal pode ter. Uma equipa dedicada e cheia de garra. Não imaginam como é bom trabalhar com gente assim. A todos aqueles com quem tive o privilégio de trabalhar: obrigado.

E tu, que acabaste de entrar no curso de Ciências da Comunicação, faz como eu: perde-te nas ruas de Braga. Abraça o desafio e parte de gravador na mão, qual personagem de banda desenhada. Faz as perguntas que te apetecer, mesmo que aches que são estúpidas. Mas não deixes de as fazer. E acima de tudo não deites a oportunidade fora. Na pior das hipóteses, neste jornal vais ter a oportunidade de errar. Aproveita-a bem.

A partir de hoje, deixo de ser diretor do projeto que mais gozo me deu. Deixo a direção do ComUM ao cargo do camarada Tiago Ramalho, que com uma equipa renovada fará certamente que o ComUM continue a afirmar-se como um jornal académico de referência dentro e fora das paredes da Universidade do Minho. Parto com a sensação de dever cumprido, mas com aquela tristeza de quem tem de partir porque assim tem de ser. Uma espécie de síndrome de Peter Pan que nos faz querer ficar nos lugares onde fomos felizes.

Até já Camaradas.