A 2ª edição do Festival Para Gente Sentada, em Braga, começou quando se fizeram ouvir as vozes de Joana Serrat e de Rita Sampaio, vocalista de Grandfather’s House, durante a tarde da passada sexta-feira. O festival, que se realiza anualmente e durante dois dias, traz música para, preferencialmente, se ouvir sentado.

O primeiro dia deu lugar às vozes femininas. Joana Serrat, Mallu Magalhães, Grandfather’s House, Corrina Repp e Golden Slumbers sentaram a população bracarense nos vários espaços em que o festival decorreu, na passada sexta-feira. No centro da cidade, Joana Serrat atuou a solo, seguida da banda Grandfather’s House. Dois concertos ao ar livre que juntaram algumas pessoas à volta do palco, num ambiente descontraído onde o que importava era ouvir música.
À noite, Joana Serrat voltou a atuar, mas desta vez no Theatro Circo e acompanhada da restante banda. Apesar da pronúncia catalã de algumas das suas músicas, fomos levados até aos Estados Unidos. Através da sua música influenciada pelo tradicional folk e pelo country americano, Joana Serrat afirmou que o seu objetivo é precisamente fazer quem a ouve viajar através da música. Saudou e despediu-se do público bracarense com um sorriso, elogiando a cidade e a sala de espetáculos onde atuou.
Mais tarde, foi dada a vez a Mallu Magalhães, vocalista da banda brasileira “Banda do Mar”. No Theatro Circo, Mallu foi recebida com aplausos e gritos entusiastas por parte do público e confessou estar “muito feliz por atuar numa cidade tão bonita”.
Sentada, acompanhada por duas guitarras acústicas e envolvida na projecção de uma cidade como cenário, a vocalista deu o concerto de sorriso na cara. Cantou não só temas da sua autoria como também de outros artistas e de “Banda do Mar”. A cantora incentivou o público a reagir, mas não escondeu a insegurança que lhe dava atuar para um público silencioso e sentado. “Assim eu não sei se vocês estão gostanto”, confessou Mallu. Após o seu incentivo, alguns elementos do público dançaram e cantaram as músicas mais conhecidas, ainda que sentados.


O segundo dia esgotou com Amante Negro e Nega Jaci durante a tarde, no centro da cidade, e assim continuou no Theatro Circo com Francis Dale e José González durante a noite, seguidos de Alek Rein e Christopher Paul Stelling, no gnration.
A sala do teatro contou com a maioria dos lugares ocupados e com um público preparado para receber o primeiro artista da noite, Francis Dale. Recebido entre aplausos e acompanhado por Fred Ferreira, o cantor iniciou o concerto deixando o soul minimalista percorrer a sala silenciosa. No cenário podia-se ver projetado o nome do artista, que gradualmente se desfigurou numa espécie de conjunto de constelações. Francis Dale não se deixou ficar apenas pela música eletrónica, cantou algumas músicas acompanhado apenas por um piano. A pedido do artista, o público cantou uma das vozes da música, completando a do cantor.
No intervalo, feito para dar vez ao músico sueco José González, era evidente o aumento da plateia, que esgotou a sala de espetáculos. Aplausos e gritos surgiram mal as luzes da sala se apagaram, ao mesmo tempo que o palco revelou um cenário alusivo a uma paisagem montanhosa. González entrou a sorrir perante a reacção entusiasta do público e sentou-se, acompanhado de uma guitarra. Apesar da simplicidade instrumental, os primeiros acordes geraram grande furor entre a plateia. O artista tocou maioritariamente temas do seu álbum mais recente, Vestiges & Claws. Músicas como “Every Age” e “Heartbeats” foram as mais aplaudidas.