Rir do que se passa no nosso país até ao que se passa dentro das quatro paredes de cada um de nós. Este foi o mote para o espetáculo do humorista português Luís Franco-Bastos, “Voz da Razão”, que lotou a sala do Theatro Circo de Braga.

O espetáculo não começou como a maioria do público esperava, as cortinas não subiram e apenas um holofote foi iluminado para dar entrada a Pedro Teixeira da Mota. O humorista de 21 anos aproveitou a reação do público à sua entrada inesperada para arrancar gargalhadas, dizendo aperceber-se das expressões de “desilusão” que se sentiam. Explicou que costumava fazer a primeira parte do espetáculo com um momento a solo de stand-up comedy, apresentou-se e falou de temas de carácter pessoal.

Depois de terminada a primeira parte, Pedro chamou ao palco Luís Franco-Bastos, que apareceu por detrás das cortinas. Surgiu um novo cenário no palco, onde se encontravam as iniciais do humorista em 3D. Cumprimentou Braga e falou da nova fase da sua vida, do que é ter 27 anos e das mudanças que isso implica, sem esquecer o humor.

O humorista criticou a falta de originalidade na música que se faz hoje em dia e a manipulação que a mesma tem sofrido. “Eu não sei se o pessoal desta geração sabe, mas a música antigamente costumava ser feita de uma maneira diferente. Era feita com instrumentos musicais”, ironizou Luís Franco-Bastos, completando o discurso com uma imitação do cantor Akon e de cantores com a voz sob o efeito de auto tune. Falou ainda dos média, sobretudo dos meios audiovisuais, e da falsa empatia que considera que os programas de rádio tentam criar com os ouvintes.

Os dois temas finais foram os mais conhecidos e falados a nível nacional: futebol e política. Não faltaram piadas sobre a ida de Jorge Jesus para o Sporting, imitações de Bruno de Carvalho, Pedro Guerra, Eduardo Barroso e Cristiano Ronaldo. Questões como quem será a mãe do filho do Cristiano Ronaldo e comentários sobre o documentário feito sobre o futebolista foram também recorrentes. Em relação à política, os alvos principais foram Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa.

Finalizou o espetáculo contando momentos partilhados com amigos seus, também eles humoristas. De salientar Salvador Martinha. Elogiou a sala do Theatro Circo, que considera uma das mais bonitas do país, onde acabou por tirar fotografias com o público no final.

O ComUM teve a oportunidade de conversar com alguns elementos do público. “Não me arrependo nada de ter vindo, nunca tinha visto nada dele e fiquei fã”, declarou Ana Martins. Já Diogo Fernandes, fã do humorista, disse que não foi “o primeiro espetáculo” que viu de Luís Franco-Bastos e deixou a certeza de que não será o último. “Gosto imenso do sentido de humor dele”, sublinhou.

Joana Lopes Ferreira

Ana Patrícia Magalhães