Com uma classificação de 8/10 no IMDB e 83% no Rotten Tomatoes, Gotham vai agora na sua terceira temporada. Tal como foi dito na sua apresentação: ‘’Antes de haver o Batman, havia Gotham’’. A série conta a história da cidade de Gotham e o seu declínio para, mais tarde, precisar de um herói como Batman. Retrata desde os primeiros anos de James Gordon na polícia à infância de Bruce Wayne (Batman), Selina kyle (Catwoman) e Poison Ivy (Ivy Pepper). A série permite-nos também acompanhar a evolução de alguns vilões. Um exemplo é Penguin, que começa por ser um mero empregado, cuja maior responsabilidade é segurar o guarda chuva de Fish Mooney.
A série arranca no momento mais marcante da vida de Bruce Wayne: a morte dos seus pais. O caso é destacado a Jim Gordon e ao seu parceiro Harvey Bullock. Este acontecimento marca o início da relação de Gordon com Bruce Wayne. O avanço da investigação acaba por revelar as restantes personagens do universo de Gotham, nomeadamente, Don Falcone, Maroni, Fish Money, Alfred (o mordomo de Bruce Wayne) e Lucius Fox.
Na sua primeira temporada Gotham ronda muito o estilo policial. O aparecimento de um novo caso e vilão todas as semanas levou a que fosse apelidada de ‘’CSI: Gotham’’ pelo público. Este estilo foi abandonado na segunda temporada, pois a série passou a focar-se no desenvolvimento das personagens e na intensificação da ação.
Gotham não é de todo uma série fiel às bandas desenhadas da DC Comics. Para além de personagens criadas de raiz, como é o caso de Fish Mooney, temos também o foco em personagens que nas BD’s tinham papéis minoritários como Don Falcone ou Maroni. A história de Jim Gordon na série baseia-se no conceito de Christopher Nolan, que o coloca em Gotham na altura da morte de Thomas e Martha Wayne, ao contrário das bandas desenhadas que apenas o situam na cidade pouco antes do aparecimento de Batman.
Em suma, é seguro assumir que, apesar de baseado nas BD’s de Batman, este projeto segue o seu próprio caminho. Esta decisão por parte dos produtores acaba por ser positiva no sentido em que torna mais imprevisíveis as ações das personagens, adicionando mais mistério ao clima já sombrio que tão bem caracteriza a cidade. Ao explorar a juventude de personagens que já conhecemos do universo de Batman, a série cria um sentimento de familiarização. Para parte dos fãs mais aficionadas das bandas desenhadas, as diferenças entre a série e os livros são motivo de desilusão. No entanto, há quem tenha lido os livros e ache interessante ter uma visão diferente sobre as personagens que já conhecem. As opiniões sobre este assunto acabam por ser muito divididas.
O enredo da série tem-se tornado cada vez mais complexo. Um dos maiores mistérios de Gotham permanece na identidade de Joker. A evolução da série mostra uma cidade cada vez mais afetada e controlada pelo crime, e um James Gordon cada vez menos focado em agir pelas regras passando a priorizar os resultados em relação aos meios.
A história de Gotham por si só já é sinistra e mostra uma cidade em decadência. A cinematografia da série contribui muito para transmitir essa sensação. Inspirando-se na silhueta da cidade de Nova Iorque, a equipa técnica insistiu que fossem feitas filmagens de helicóptero. Com base nessas filmagens foram adicionados efeitos especiais para criar elementos de arquitetura gótica e barroca. O objetivo não era criar uma versão mais sombria da cidade, mas sim criar a cidade de Gotham captando a sua essência de forma realista.
A última temporada da série estreou a 19 de Setembro e a julgar pelos primeiros episódios tem potencial para ser a melhor temporada até agora. A história de Gotham não é só para fãs de Batman, é para qualquer pessoa que aprecie um bom drama policial com um pouco de sobrenatural à mistura. Afinal estamos a falar de heróis, vilões e da DC Comics.