“Todos têm valor”. Este é o conceito que marca o primeiro trabalho de Ivan Pedreira. Músico profissional, baixista, compositor, produtor e cantor português, apresentou no dia 22 de outubro, no Auditório Carlos Paredes, o álbum “ FuzaMiura”. Em entrevista ao ComUM, fala da paixão pela música e pelo baixo, da necessidade de crescimento enquanto músico e da busca pelo autoconhecimento que todos nós levamos a cabo.
Porquê a escolha do nome “FuzaMiura”?
O nome “FuzaMiura” surgiu da origem deste projeto, da dualidade masculino/ feminino que reside no interior de todos nós e, principalmente, no centro de todos os relacionamentos. Fuza (fusa), que é uma nota rápida, delicada, e representa aqui a sensibilidade, delicadeza e fragilidade do lado feminino; Miura representa a força da linhagem do touro espanhol, logo a determinação e robustez do lado masculino.
De onde veio a inspiração para compor este álbum?
Este álbum nasceu da minha necessidade de crescimento e de procura como músico e como pessoa. Precisava de exteriorizar toda a criatividade e sentimentos que cresciam dentro de mim e a música é a minha melhor “voz”. Na altura tive a oportunidade de partilhar com a Carla Entrudo estes momentos de criação e ela escreveu as letras para este trabalho. Foi um momento de criação e inspiração conjunta em que se falou com sinceridade de sentimentos.
“Ser Alguém” é o nome do primeiro single a ser revelado. Porquê este single e não outro?
“Ser Alguém” é a música que representa o álbum. E resume a mensagem que quero transmitir – a de que todos têm valor, mesmo se ainda não o descobriram em e para si próprios. Que cada dia é um novo dia, com uma nova energia, com uma nova vontade e com uma nova oportunidade de nos respeitarmos e de sermos felizes.
“Todos têm valor, mesmo se ainda não o descobriram em e para si próprios”
No refrão deste single diz “Sempre fui alguém, mesmo sem saber, alguém sempre fui dentro do meu ser”. Acredita que cada vez mais as pessoas não se conhecem a si próprias nem reconhecem o seu valor?
Sim, pessoalmente acho que, de uma maneira geral, as pessoas não reconhecem o potencial e o valor que têm. E sinto que todos nós andamos à procura desse autoconhecimento.
A música ajuda nessa descoberta? Na descoberta do “eu”?
Sim, claro que sim, a música é uma forma de comunicação muito direta aos sentimentos.
Então quem é o Ivan Pedreira? Como se descreve?
Sou um ser de energia positiva. Tento viver diariamente em harmonia e equilíbrio. Acredito no meu potencial e no potencial dos outros. Todos os dias luto na e para a música, reinvento-me para alcançar os meus objetivos, não viro as costas a dificuldades, trabalho muito para superar obstáculos e evoluir no meu conhecimento. Descobri que a nossa maior limitação somos nós próprios, logo eu sou o meu maior desafio. Descobri também que a nossa caminhada individual se deve transformar numa viagem partilhada com as pessoas que nos querem acompanhar. Tudo se torna muito mais gratificante.
“Descobri que a nossa maior limitação somos nós próprios”
Também é baixista. De onde veio esta paixão?
O baixo é a minha paixão. Em miúdo os meus irmãos tocavam, um bateria e o outro guitarra. O meu tio, que também era músico, emprestou-me um baixo para eu me juntar a eles. A partir desse dia tem sido a minha companhia diária, a minha paixão, a razão da minha procura de conhecimento. Com um baixo na mão sinto-me em casa.
Trabalhou como baixista para outros artistas e projetos do mercado nacional. Que ferramentas foi adquirindo ao longo desse tempo?
Tocar com outros músicos e artistas é sempre um momento de partilha e de crescimento. Porque a arte é isso mesmo – é dar, receber e partilhar um pouco de quem somos e do que fazemos. Ao longo dos tempos vamos amadurecendo as nossas capacidades, melhorando a nossa performance, criando grandes amizades e empatia musical.
E quando é que percebeu que queria trabalhar profissionalmente neste ramo?
A música tem sido uma constante na minha vida desde muito cedo. O meu pai, o meu tio e primos eram músicos e toquei muitos anos com os meus irmãos, pelo que não houve realmente um momento específico em que tenha feito uma escolha. Foi um processo muito natural. No entanto, foi por muita teimosia da minha parte e muito apoio à minha volta que cheguei aqui e me quero manter apenas como músico profissional.
“A música tem sido uma constante na minha vida desde muito cedo.”
Quando pensamos num cantor enquanto contador de histórias, que tipo de história quer contar/passar?
O “contar uma história” não é mais que uma conversa sobre sentimentos. Como cantor eu quero contar uma história honesta, a minha história, e dar espaço a todos para se reverem nela, para a adaptarem à sua história.
O que quer dizer às pessoas que o ajudaram através do crowdfunding que criou e que se baseou na compra antecipada do disco?
Apenas a verdade – que sem elas não teria conseguido chegar até aqui, que foi o seu apoio no crowdfunding que me deu a oportunidade de concretizar o sonho de editar o meu primeiro disco e de estar onde estou agora neste momento. Espero que esta comunidade de apoio que juntámos com o crowdfunding cresça muito em número, mas principalmente em vontade de partilharem comigo esta viagem.
Outubro 25, 2016
Muito obrigado por esta oportunidade de partilhar um pouco de quem sou e da minha mensagem.
Beijinhos
Ivan Pedreira