Imaginem que Deus aparecia em carne e osso em vossas casas para conversar sobre uma crise existencial. É este o mote para a peça “Meu Deus!”. Com Irene Ravache, Ricardo Pereira e José Lobo no elenco, a história já foi um sucesso em vários países. Neste fim de semana, foi também um sucesso na Casa das Artes de Famalicão. E o ComUM esteve na estreia.

A noite estava fria, mas nem isso intimidou as dezenas de pessoas que quiseram assistir ao espetáculo. “Vim a convite de uma amiga, nem sabia que peça vinha ver”, confessou Susana Costa, uma das espectadoras.

No palco, Susana encontrou a história de uma psicóloga ateia (Irene Ravache) e do filho autista (José Lobo). Certo dia, as personagens recebem em casa um paciente peculiar – Deus (Ricardo Pereira). Acontece que Deus quer acabar com o mundo por se sentir sozinho e cansado. É o “encontro da fé com a razão”, resume Irene Ravache. A partir daqui, estão reunidos os ingredientes para uma boa dose de risos e reflexões, que fizeram o público aplaudir de pé.

Os ensaios desta peça não aconteceram da forma tradicional. “O Ricardo estava no Rio de Janeiro, a Irene em São Paulo. E cada um teve que ensaiar a sua parte individualmente”, explicou o ator José Lobo.

Mas há algo que nunca muda: os rituais de Ricardo Pereira. Antes do espetáculo começar, o ator gosta de “sentir o público entrar”. Aquece a voz e o corpo, para finalmente dar “um beijinho no palco” e se benzer. Desta vez, não foi diferente.

Superstições de bastidores à parte, do lado do público Susana Costa passou uma noite divertida: “Adorei! Sem dúvida que recomendo!”. A espectadora acedeu assim ao pedido de Ricardo Pereira que, no final do espetáculo, lançou um desafio com ironia: “Se gostaram, recomendem aos vossos amigos. Se não gostaram, recomendem aos inimigos. O que importa é recomendar!”.

“Oh my God!” é o título original da peça, encenada em Portugal por Elias Andreato. A versão é  de Célia Forte.

Fotografia: Florbela Caetano

Texto: Florbela Caetano e Tânia Quintas