O Noc Noc voltou a fixar-se em Guimarães com arte gratuita, no último fim de semana, pelo sexto ano consecutivo. Instalações, performances, música e magia trouxeram vimaranenses, portugueses em geral e estrangeiros à cidade.

Nesta edição, a viagem começou num comboio que partiu do Porto e que, até chegar ao Berço, teve Orquestra Jazz como background. Mais tarde, ao som da trompete do Noc Noc, seis pombos acordaram e saíram das suas caixas. O festival começou.

As condições meteorológicas favorecidas fizeram com que a caça aos mapas azuis começasse cedo. Em cada canto, era visível quem se orientava na procura das casas coloridas de pombos com números, a sinalética desta edição.

Passeavam e participavam nas atividades tanto mais velhos como mais novos. Para os mais pequenos, estava reservado o “Mini Mini Noc Noc”, onde podiam desenhar, pintar e tocar música.

Desde o terraço do Cineclube, com vista para toda a cidade, à Casa Velha, com chouriços pendurados, os espaços tinham sempre algo de inesperado. Michael Lemos, voluntário, indicou: “Nunca se sabe o que é que pode acontecer em nenhum dos espaços. Estão sempre a acontecer coisas diferentes”.

A partilha e o ambiente familiar são outras premissas deste festival. Diana Pinto, bailarina, a viver em Leiria, sublinhou: “Quero partilhar experiências, foi mais o vir conhecer do que dar a conhecer”. Já Lívia Spencer, voluntária, destacou, entre risos, os “jantares grátis” e o convívio com todo o tipo de pessoas.

“Começou com um grupo de amigos”, contou Jorge Matos, responsável pela organização. Hoje, “o ‘noc noc’ é um evento implantado” na cidade. Jorge falou também sobre visitantes e artistas que vêm do sul de Portugal, bem como de países como “Alemanha, Japão, Escócia, Brasil”.

Este festival consegue divulgar os projetos de pessoas apaixonadas pelo que fazem e criar ligações entre gentes que olham com os mesmos horizontes. Marta Pinto, responsável pela organização dos voluntários, realçou a importância para a “educação de públicos para a arte”.

Organizada pela Associação Ó da Casa e com a ajuda de cerca de 60 voluntários, a sexta edição do “Guimarães noc noc” contou com a participação de mais de 100 artistas com 300 obras, espalhados por 70 espaços. As portas abertas foram tanto de casas privadas, estabelecimentos e espaços culturais, como dos largos e praças do centro histórico, onde a arte deu o corpo ao manifesto.

Fotografia: Carolina Ribeiro