Normalmente as histórias situadas na Guerra Fria estão repletas de intriga e suspense. São situadas em mundos cinzentos, onde não se consegue distinguir o mal do bem. É o esperado, certo?

Bem, a Necrophone Games e a Adult Swim Games gostariam que nos sentássemos em cima dessas esperanças enquanto nos esbofeteiam com o universo colorido e hilariante de “Jazzpunk”, um mundo repleto de referências aos géneros de film noir, espionagem e cyberpunk.

A história é simples: o jogador controla o agente Polyblank, um espião que realiza missões numa versão mais tecnologicamente avançada da Guerra Fria e que lhe são dadas pelo seu patrão, o Diretor. Os controlos são simplistas: as teclas W/A/S/D são para mover, o rato move a câmara e a tecla espaço faz com que saltes. A tecla Q deixa-te escolher o item que queres usar e a tecla E/rato permite-te usá-lo.

Se o jogador se limitar apenas em realizar os objetivos que lhe são dados imediatamente, sem explorar o mundo em redor, na minha opinião, perde-se facilmente o tom carismático do jogo e acaba por ser uma experiência curta e até um pouco entediante. Porém, ao inspecionar tudo o que está à sua volta, o jogador encontrará um leque humorístico sem fim de referências, piadas, trocadilhos e minijogos escondidos pelo mundo. Aliás, será quase impossível encontrá-las todas se jogar uma só vez. “Jazzpunk” é uma experiência que deve de ser repetida, nem que seja para reviver outra vez aquele momento surreal em que alguém é raptado por pombos.

Em suma, “Jazzpunk” é uma experiência curta e simples, mas contém um guião tão bem escrito que compensa esses defeitos, dando lugar a uma aventura absurdamente hilariante.

Nota: Para aqueles que são suscetíveis a episódios epiléticos, talvez seja melhor saltarem a sequência de abertura.