O Tempo dos Amores Perfeitos”, de Tiago Rebelo, conta-nos a história de um Portugal do século XIX, que tenta a todo o custo aumentar as suas áreas geográficas. É na sequencia disto que nos surge Angola, palco da dominação portuguesa.

Paralelamente, temos o tenente Carlos Montanha, herói de guerra destacado para Luanda, e Leonor, filha do novo governador de Angola. Conhecem-se no barco que os leva para África, e é aqui que iniciam um romance proibido.

Fonte: altominho.tv

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O romance inicial é, talvez, a melhor parte do livro. O contexto histórico que o envolve é incrível, cuidadosamente bem escrito e com uma aura de mistério que cativa o leitor. A descrição dos terrenos por desbravar, das paisagens e da população africana é muito boa. A realidade que Tiago Rebelo consegue transmitir na escrita é realmente incrível. O autor tem a capacidade incrível de descrever Angola de uma forma maravilhosa, mantendo um respeito profundo pelas gentes e história africana.

Contudo, o enredo começa a perder força à medida que o romance de Carlos e Leonor é desenvolvido. Tiago Rebelo peca pela falta de originalidade com que aborda o caso. Uma história que teve um inicio tão promissor merecia mais e melhor desenvolvimento e, sobretudo, merecia um melhor final. Isto porque o final é talvez dos mais sem lógica que alguma vez li. Na tentativa de não ser previsível o autor dá-nos um final sem sentido, um pouco ao estilo de Romeu e Julieta, mas sem o resultado magnifico que este teve.

Todavia, “O Tempo dos Amores Perfeitos” é um romance histórico que merece a sua leitura, devido às magnificas descrições de uma Angola do século XIX e às criticas a um Portugal que em muito se assemelha ao de hoje.