Uma multidão partiu do berço da nação em direção ao Estádio do Bessa para assistir ao triunfo do Vitória SC sobre o Boavista FC, em confronto a contar para a quarta eliminatória da Taça de Portugal.

Num jogo intenso e bem disputado, foi a equipa da casa a criar a primeira ocasião flagrante. Na sequência de um pontapé de canto, Talocha disse “sim” à bola e causou calafrios a João Miguel Silva, que regressou à baliza da equipa vitoriana.

À passagem do minuto 26, surgiu um dos momentos capitais da partida. Carraça, em duelo com João Pedro na grande área, mostrou-se imprudente e colocou a mão na bola originando uma grande penalidade. Chamado a converter, Soares não tremeu e fez o primeiro para os “conquistadores”.

Os boavisteiros quiseram responder rapidamente ao golo, aumentando o pendor atacante, mas abriram demasiados espaços que permitiram a Tozé mostrar todo o seu esplendor. O camisola 10 jogou e fez jogar.

Aos 36 minutos, Josué tentou a sua sorte com um remate seco, mas não conseguiu assustar Agayev. O Vitória regressou aos balneários em vantagem, mas a segunda parte prometia uma reação das panteras.

Tal como perspetivado, o jogo manteve-se a um ritmo alucinante, com o meio-campo do Boavista a superiorizar-se ao do Vitória que estava órfão de ideias. As recuperações de bola de Carraça, as investidas de Iuri Medeiros e de Renato Santos e os passes envenenados de Fábio Espinho, já deixavam transparecer que o golo do empate estaria iminente.

Aos 50 minutos, o Boavista fez mesmo balançar as redes, mas o golo foi posteriormente anulado. Num cruzamento para a área vitoriana, onde estava plantado Schembri, o árbitro assinalou grande penalidade por alegada mão de Bruno Gaspar. Schembri ainda colocou a bola na baliza de Miguel Silva, mas o jogo já estava interrompido. Após conferenciar com os seus assistentes, Jorge Sousa anulou a grande penalidade, uma vez que a bola foi ajeitada pela mão do jogador boavisteiro.

O lance não perturbou a turma de Miguel Leal que na jogada seguinte acabaria por chegar ao golo. Iuri Medeiros cruzou para o miolo da área, onde apareceu o inevitável Schembri que, de costas para a baliza, desferiu um remate surpreendente que deixou Miguel Silva pregado ao relvado. À terceira foi mesmo de vez e o Boavista chegava ao empate.

Já no tempo de compensação, Lucas viu o segundo cartão amarelos e deixou os axadrezados em inferioridade numérica.Os minutos finais foram asfixiantes, com o golo a poder surgir para qualquer lado, mas foi necessário recorrer ao prolongamento para decidir quem passava aos oitavos da Taça de Portugal.

Com as bancadas a suspirarem pelas grandes penalidades, Hurtado vestiu a pele de herói e, na sequência de um livre, com um remate rasteiro e forte, chegou ao golo e selou a eliminatória.

O Vitória segue para a próxima fase com um belíssimo fundo pintado pelos seus adeptos num quadro apenas manchado pelas agressões, já após do final da partida.