Bruno Alcaide é o atual presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) e é novamente candidato à presidência pela Lista A. Em entrevista ao ComUM, disse candidatar-se para “continuar um trabalho na defesa dos direitos dos estudantes”. Faz um “balanço positivo do último mandato” e garante que a sua equipa traz “muito arrojo e irreverência”.
“Esta candidatura traz experiência e, um ano após o desempenho do cargo, conheço a realidade da Associação Académica de uma forma muito mais abrangente”. O candidato promete melhorias, que passam pelo acesso à documentação da gestão corrente. Apesar de dizer que os estudantes têm, em qualquer altura, livre acesso a documentos relativos à AAUM, Bruno admite que “o acesso devia ser facilitado”. “É certamente uma facilidade maior colocar esse documento no site, é algo que pretendo melhorar no futuro”.
Um ano de Fundação Universidade do Minho
Bruno Alcaide elogia a autonomia que o regime fundacional traz à universidade, traduzida numa “grande capacidade de gestão e de administração dos próprios recursos, não ficando assim dependente do Estado”. No entanto, e tendo votado a favor da passagem da Universidade a fundação, manifesta agora desilusão face àquilo que esperava há um ano. O candidato admite que, após um ano de Fundação Universidade do Minho, “não se verificou um maior apoio social, nomeadamente em relação às medidas tomadas quer a nível de senhas de cantina, quer a nível do reforço da ação social”.
Preço das senhas: “A AAUM fez todo o trabalho que lhe competia fazer”
Depois de em Setembro passado ter dito que, “como o salário mínimo subiu, o preço das senhas teve de subir” e que “por muito que queiramos fazer alguma coisa, não conseguimos”, a atual associação apresentou, a três semanas das eleições, o protesto “Ação + Social” — um abaixo-assinado que pretende reverter o aumento. “Tenho a certeza que o trabalho desenvolvido pela AAUM [contra o preço das senhas] foi um trabalho sério”, garante.
Bruno Alcaide alega ainda que as suas afirmações no último mês de setembro foram mal interpretadas e que a AAUM nunca esteve “de braços cruzados”.
“Temo que algumas universidades queiram aumentar as propinas”
As universidades públicas assinaram um acordo plurianual com o governo, garantindo o mesmo financiamento durante a legislatura. Bruno Alcaide não compreende, por isso, que as universidades se queixem de falta de dinheiro. “Existe uma incoerência entre a decisão política tomada em conjunto com o ministério e os discursos dos reitores. É uma lógica contrária, na medida em que se assina um acordo oposto à mensagem que se está a passar”, esclarece.
Bruno Alcaide promete que a sua candidatura será contra um eventual aumento das propinas, defendendo que deve haver “um debate sério sobre qual o seu papel”.
“A AAUM continuará a defender a praxe como processo de integração”
Alcaide é categórico: “A AAUM discorda do que diz o governo sobre a praxe”. O atual dirigente admite, porém, “alguns abusos que vão acontecendo no dia-a-dia”, mas garante que está em diálogo com quem lidera “essas iniciativas” para que os colegas sejam tratados com “o maior respeito possível”. Dessa forma, conclui, “as pessoas estarão na praxe porque querem, gostam e se associam à praxe sem que os obriguem ou influenciem”.
Questionado sobre uma transferência de 625,22 euros para o “Cabido de Cardeais”, um organismo informal ligado a atividades praxísticas, o candidato defende-se dizendo que essa verba surge na sequência da organização conjunta de várias atividades, como “O Tricórnio Vai…” e o “Caloiro de Molho”. “Esses 600 euros são complemente enquadráveis na missão que cabe à Associação Académica”, remata.
O que ficou por fazer mas que continua prometido
A ideia de uma nova sede para a AAUM é antiga e está de forma recorrente em cima da mesa.
Relativamente à possibilidade da entrada da TUB no campus de Gualtar, o candidato da Lista A assegura ser um projeto “perfeitamente definido e que acontecerá num breve trecho”. Prova disso, diz, é a reunião da semana passada “com a Câmara de Braga, representantes da TUB e também com os representantes da UMinho, no sentido de viabilizar e de calendarizar o início das intervenções”.
Entrevista e texto: Eduardo Miranda, Inês Moreira
Vídeo: Ana Maria Dinis, Gonçalo Costa