O “descontentamento” com o atual panorama da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) foi o que levou Diogo Cunha a candidatar-se a presidente da AAUM. Em entrevista ao ComUM, o líder da Lista B, ainda vice-presidente do departamento pedagógico da atual direção, aponta o mandato de Bruno Alcaide como um “mandato cinzento” onde as propostas “falharam”.
O orçamento participativo, a nova sede e a recriação da fundação AAUM são algumas das lacunas apontadas por Diogo Cunha a respeito do mandato de Bruno Alcaide, candidato à presidência pelo segundo ano consecutivo. O candidato da Lista B afirma que a recriação da fundação AAUM não faz parte dos seus planos, uma vez que “foi criada há muito tempo e nada foi feito até ao momento e, por isso, é um assunto que não existe, no fundo”.
Também a falta de transparência por parte da atual direção é apontada pelo candidato. A criação de uma plataforma, dentro do site da AAUM, que mostre aos estudantes a forma como os orçamentos são planeados e executados e se existe algum tipo de derrapagem é a proposta que o líder da Lista B apresenta para tentar envolver de novo os estudantes na Associação Académica.
Diogo Cunha salienta que atualmente não existem documentos “de nenhuma atividade, nem das Reuniões Gerais de Alunos (RGA’s), nem de outros órgãos”. Esta falta de divulgação leva a que muitos dos estudantes não saibam onde é investido o seu dinheiro, diz ainda o candidato.
“O carro da presidência é um luxo”
No compromisso eleitoral da Lista B, o “carro presidencial” é considerado “um luxo injustificado”. Diogo Cunha admite a eliminação desse carro, caso seja eleito. O candidato afirma que a prioridade é adquirir uma nova carrinha “para que a associação tenha duas carrinhas que possa disponibilizar a todos os grupos culturais”, admitindo que o objetivo passa pela criação de “um protocolo com uma entidade que disponibilize automóveis abaixo do preço do mercado para todos os núcleos, grupos culturais e à presidência da AAUM”.
Quanto aos estatutos da AAUM, Diogo Cunha propõe uma revisão de forma a atualizar e enquadrá-los de acordo com a realidade atual da Universidade do Minho. “Os estatutos já não se enquadram no panorama do que é hoje uma universidade com 20 mil estudantes“, acrescentando que, “quando foram feitos, a universidade tinha cerca de um quarto dos estudantes do que tem no momento”. Nesta revisão, a comissão eleitoral, os elementos dos órgãos e a forma como são eleitos, assim como a atualização das urnas de votos seriam alvos de alteração, que caberia ao Gabinete de Apoio Jurídico que é proposto pelo candidato.
Questionado sobre os encargos financeiros para os alunos, Diogo Cunha propõe junto do movimento associativo nacional e da Reitoria que o preço das senhas, das residências e da própria bolsa de estudo passe a estar indexado à percentagem dos apoios sociais e não do salário mínimo, assim como a criação de um valor limite que não seja ultrapassado.
“A Universidade do Minho passou a fundação com os votos dos estudantes que os representam”
A passagem da Universidade do Minho a fundação é encarada por Diogo Cunha como processo que não foi do conhecimento dos alunos. O líder da Lista B realça ainda a importância de nessa altura chegar aos estudantes de forma a haver uma maior consciencialização sobre o assunto.
Para Diogo Cunha, a proibição da realização de praxes no interior da universidade afastou os alunos da instituição e dos campi. O candidato da Lista B defende que é preciso “trazer os estudantes para a universidade” e reconhece a importância da AAUM na praxe.
Entrevista e texto: Bruno Carvalho, Sara Daniela
Vídeo: Carolina Ribeiro, Joana Lopes Ferreira, Gonçalo Costa