As eleições para os órgãos de governo da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) tiveram uma vitória em particular: a descida da abstenção. Mas ainda há aspectos a resolver e que não devem ser esquecidos.

Ainda antes do anúncio da primeira candidatura deste ano à direcção, o ComUM já tinha um plano para a cobertura da campanha e do ato eleitoral, visto que alguns elementos, como o vídeo explicador, começaram a ser executados com antecedência.

Rapidamente juntámos uma equipa de 16 redactores que começou a estudar o que tínhamos definido como os temas da eleição, que iniciou a preparação das entrevistas aos candidatos e acompanhou de perto, desde cedo, todas as movimentações das três listas.

Dentro deste plano de cobertura figurava algo que o ComUM há muito queria fazer: o seu próprio debate eleitoral, para satisfazer as possíveis lacunas no tradicional debate oficial. Ao mesmo tempo que contactámos as três listas para marcar as entrevistas, convocamos os candidatos para esse debate, que seria terça-feira, dia 6. Mas os obstáculos ainda estavam por vir.

Desde logo, e ainda durante a presidência de Rita Leitão, a Comissão Eleitoral intercedeu no sentido de haver somente um debate. Mesmo o debate oficial andou “aos tropeções” e mudou de data. Da quarta-feira, dia 7, originalmente planeada – e que historicamente é o dia do debate oficial e o dia em que a maioria dos alunos está livre para poder assistir -, a Comissão e a Rádio Universitária do Minho decidiram, menos de uma semana antes do debate, alterar a data agendada.

Apesar da resistência encontrada à existência de dois debates, o ComUM chegou a acordo com os três candidatos organizando um segundo debate, no dia 8 de dezembro.

Dois debates não são um capricho de um jornal que se quer afirmar, são antes uma responsabilidade que pertence à Comissão Eleitoral, no sentido de esclarecer, informar e aprofundar a discussão em torno dos problemas e propostas para a nossa academia.

Esta eleição trouxe o melhor e o pior ao de cima. E percebeu-se claramente que, 11 anos depois, os Estatutos da AAUM já não servem para a realidade minhota. Não contemplam a demissão da presidente da Comissão Eleitoral e abordam espaços que já não existem. Precisam de ser alterados.

E não só por estas falhas que motivaram nomeações à pressão e sem lei, mas também pelo número limitado de elementos da própria Comissão Eleitoral. Isto, porque não é normal que seja necessário esperar pelas 5h30 para se conhecerem os resultados oficiais num universo inferior a 5000 votantes.

Cabe agora à próxima direção da AAUM, aos alunos e a nós, órgãos de comunicação, continuar a batalhar para que não caia, novamente, no esquecimento esta urgência de mudança e de responsabilização dos órgãos que representam e trabalham para e com os alunos.

A direção do ComUM