A Ordem dos Enfermeiros garante que já dirigiu um pedido de reunião para esclarecer o pré-aviso de greve do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), ao reitor da Universidade do Minho (UM), António Cunha, mas ainda não obteve qualquer resposta. “A Ordem dos Enfermeiros e a Secção Regional Norte lamentam ter tido conhecimento deste problema através da comunicação social”, adianta o presidente do Conselho Diretivo Regional Norte, João Paulo Carvalho.
Na sequência do pré-aviso de greve do SNESup, a Secção Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros enviou uma pedido com “carácter de urgência” mas, até ao momento, ainda não houve resposta da parte da reitoria da UM. Contactada pelo ComUM, a reitoria reafirmou que António Cunha se encontra fora do país, adiantando que só regressará no final da semana. O gabinete do reitor refere ainda que não tem informações sobre quem estará a tratar deste caso na Escola Superior de Enfermagem da UM (ESE).
A Secção Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros já procurou reunir com as entidades competentes, através de um e-mail enviado na sexta-feira, dia 27 de janeiro, para o endereço geral da UM, sendo depois reencaminhado, de acordo com a Ordem, para o reitor.
“Já pedimos à UM, com carácter de urgência, uma reunião para falarmos acerca daquilo que se estará a passar”, afirma João Paulo Carvalho. O presidente do Conselho Diretivo Regional Norte admite que a relação entre as escolas superiores de enfermagem e a Ordem não tem sido muito próxima, sendo essa uma razão para que os problemas não cheguem ao seu conhecimento.
“De que é que um enfermeiro precisa para ser supervisor ou orientador de um aluno?”
A questão da contratação de enfermeiros pela UM é vista como uma prática corrente das universidades, sendo que as condições em que exercem não estão dentro do conhecimento do presidente do Conselho Diretivo Regional Norte. Outra questão da qual João Paulo Carvalho não sabe o suficiente é a promiscuidade entre a supervisão e acompanhamento presencial e a prática de cuidados de saúde.
“O que a nós nos interessa é perceber se havia pessoas a praticar cuidados de saúde e que não estariam salvaguardados”, esclarece. O enfermeiro acrescenta que “é importante perceber se em algum momento deste processo os cuidados de enfermagem estão a ser postos em causa”.
João Paulo Carvalho aponta ainda os alunos como “uma parte esquecida” no meio deste processo. “Outra coisa que nos preocupa é até que ponto o ensino está a ser colocado em causa”.
O enfermeiro aborda ainda o futuro da relação entre a Ordem dos Enfermeiros, falando pela Secção Regional Norte, e o ensino, referindo a tentativa de “criar critérios sérios e rigorosos para a supervisão clínica”.