“How to Become Nothing”: Não será um concerto do Legendary Tigerman
“How to Become Nothing” é o mais recente projeto de Pedro Maia. Nesta nova aventura, o realizador é acompanhado pelo músico Paulo Furtado, ou Legendary Tigerman. A fotógrafa Rita Lino também está a bordo deste “projeto híbrido”, que junta os diferentes talentos dos três.
Tudo começou há cerca de ano e meio, quando Paulo Furtado convidou Pedro para um projeto em conjunto. “Os meus projetos com músicos começam com um videoclipe ou com um concerto, mas evoluem sempre para algo mais”, conta Pedro Maia. No caso de “How to Become Nothing” evoluiu para algo muito maior.
O que começou como um vídeo cresceu para um projeto que explora os diferentes talentos de Pedro Maia, Paulo Furtado e Rita Lino. “Chegamos ao fim com este projeto híbrido, que vai desde o live cinema a uma apresentação numa sala, uma exposição de fotografia e um livro”.
A ideia base do “How to Become Nothing” surgiu de um livro técnico que Rita Lino tinha na cabeça que explica como arranjar uma nova identidade. Daí construíram a ideia principal do filme: o homem que quer desaparecer.
O deserto da Califórnia foi o sítio escolhido para a rodagem. A ideia foi adaptada ao universo do deserto através de um formato de roadtrip, que durou 11 dias. “O homem que procura tornar-se em nada partiu pela imensidão do deserto e por aquelas estradas sem fim. Esta ideia dificilmente funcionaria noutro sítio que não fosse aquele”, explica Pedro.
Pedro Maia sublinha ainda que o projeto não é um concerto normal do Legendary Tigerman. É um filme com alguma música de Paulo Furtado que funciona como a banda sonora do filme.
“How to Become Nothing” é uma viagem de onze dias pelo deserto da Califórnia, documentada em filme. Paulo Furtado toca ao vivo a banda sonora enquanto Pedro Maia trata das projeções e da montagem final das imagens. O projeto conta também com uma exposição fotográfica por Rita Lino.
A ideia de “um filme que está aberto que pode ser finalizada em tempo real consoante o público, o espaço e a música” foi algo que sempre o atraiu no live cinema. A preferência do analógico deve-o ao “respeito que existe quando se trabalha com filme” e ao gosto em “explorar os próprios erros analógicos da película”.
Pedro Maia é um nome muito presente no circulo da arte eletrónica e do live cinema. Nasceu em Vila do Conde e considera o festival de curtas da cidade-natal como a sua escola. “Foi lá que ganhei grande parte das influências para o meu trabalho”, explica. Há quatro anos e meio, mudou-se para Berlim após dez anos a “criar uma rede de contactos e amigos na área do cinema” fruto das viagens anuais que fazia à capital alemã para trabalhar no festival “Berlinale”.
A apresentação de “How to Become Nothing” acontece sábado, dia 4 de fevereiro, no gnration. A exposição fotográfica de Rita Lino mantém-se no espaço bracarense até 18 de fevereiro.