Lançado em junho deste ano, dois anos após Great Western Valkyrie, e gravado em apenas três semanas, Hollow Bones é o quinto álbum dos americanos Rival Sons. Segundo o seu vocalista, Jay Buchanan, é “o libertar, sem remorsos, da besta selvagem que sempre viveu dentro do peito dos Rival Sons, uivando para que a soltássemos”.
Hollow Bones abre com a primeira parte da faixa que empresta o nome ao álbum, “Hollow Bones Pt 1”, seguida de “Tied Up”. A primeira conta com um coro que ajuda Buchanan e a segunda possui um riff na abertura, com um ritmo um pouco mais lento.
“Thundering Voices”, a terceira faixa do álbum, já imprime um ritmo diferente e Buchanan já solta mais a sua voz em gritos durante o refrão. Apesar das fases mais calmas da música, a partir do minuto dois, a banda solta-se em riffs de guitarras e bateria, terminando com uma repetição do refrão.
As faixas que se seguem, “Baby Boy” e “Pretty Face”, assemelham-se no contraste (visível em todo o álbum) entre o compasso mais lento e um repentino acelerar de ritmo, normalmente acompanhado da guitarra de Scott Holiday.
Já “Fade Out” tem o aspeto de uma balada melancólica e invocou, em mim, um sentimento fatídico. “You are only a leaf, the tree is so deeply rooted”, “There’s nobody watching you bleed” e “Out there where no one can see you”, são versos que nos carregam, e bastante, até um clima de quase impotência. Ironicamente, e na minha opinião, é a melhor faixa do álbum. A voz calma de Buchanan cresce em direção ao refrão, como se de um grito de revolta se tratasse, e a guitarra de Holiday, que se exprime, nos últimos dois minutos da faixa, como se fosse Buchanan a cantar, uiva em sofrimento. Sem dúvida, a surpresa do álbum.
Uma cover de um tema de Tina Turner sucede-lhe, “Black Coffee”, com um ar mais soul e mais “solto”. “Hollow Bones Pt 2” vem completar a primeira faixa do álbum, e dá continuidade ao tom mais grave que “Black Coffee” tinha deixado. Contudo, sinto que lhe falta uma abordagem vocal mais agressiva por parte de Buchanan, pois a parte instrumental ofusca um pouco a sua voz.
O álbum termina com o inverso: “All That I Want” dá destaque às cordas vocais de Buchanan, que só conta com a ajuda da guitarra acústica de Holiday e do violoncelo/violino de Eamon McLoughlin durante grande parte da balada. Um terminar suave, para um álbum que tem rock, blues rock e um pouco de soul à mistura, dando continuidade ao estilo característico da banda.
De ressalvar, a capa do álbum, um trabalho de Martin Wittfooth, e que para o guitarrista Scott Holiday, “(…) é a nossa melhor capa de álbum até hoje”.
Hollow Bones
Rival Sons
Earache Records
2016