Na semana passada, o primeiro Conselho de Curadores da Universidade do Minho (UM) teve a sua primeira reunião formal. Guilherme d’Oliveira Martins, Isabel Fernandes, Isabel Furtado, José Dionísio e José Manuel Mendes são os membros deste novo órgão da universidade, resultante da passagem da mesma ao regime fundacional.
Constituído por cinco “personalidades de elevado mérito e experiência profissional” indicadas pelo Conselho Geral e aprovados pela tutela do ensino superior, o Conselho de Curadores é superior a outros órgãos da universidade. Conta entre as suas competências a aprovação dos estatutos da universidade, homologação de decisões do Conselho Geral – nomeadamente de designação e destituição do reitor – e propor a aquisição ou venda de património da universidade.
O ComUM explica quem são as pessoas que, durante cinco anos, terão uma palavra importante nos destinos da Universidade do Minho.
Guilherme d’Oliveira Martins
Guilherme d’Oliveira Martins, de 64 anos, é porventura o mais proeminente dos cinco primeiros curadores da Fundação Universidade do Minho.
Sempre ligado, de formação e de profissão, ao direito e à política, começou o seu percurso ligado ao então PPD (hoje PSD), em 1974. Depressa se aproximou do Partido Socialista (PS), primeiro como deputado e depois como assessor de Mário Soares, já na (primeira) presidência. Foi eleito deputado à Assembleia da República por sete vezes.
A partir do momento em que António Guterres, do PS, chegou ao Governo pela primeira vez, pelas mãos de Oliveira Martins passou a Secretaria de Estado da Administração Educativa e ministérios como o da Presidência, das Finanças e da Educação, todos entre 1999 e 2002. Durante 10 anos, entre 2005 e 2015, foi presidente do Tribunal de Contas.
Se homem do direito e da política podemos dizer Guilherme d’Oliveira Martins, também das letras o currículo faz menção. É autor de mais de 20 obras, cujos temas passam sobretudo pela (construção da) União Europeia e economia.
Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, é atualmente administrador da Fundação Gulbenkian e sócio da Academia das Ciências de Lisboa.
Eduardo Miranda
Isabel Fernandes
Isabel Maria Fernandes, natural do Porto e a residir atualmente em Guimarães, tem dedicado grande parte da sua vida profissional ao estudo da cerâmica portuguesa, contando já com 30 anos de carreira.
Licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto em 1981, dois anos depois complementou o seu percurso académico com o Curso de Conservador de Museu em Lisboa. Aliando a sua formação ao seu interesse pela loiça preta, frequentou o Doutoramento em História na Universidade do Minho realizando a sua tese sobre a produção e o uso destas cerâmicas, uma investigação que nos remete até ao século XII.
Entre 1983 e 1995 foi conservadora do Museu de Olaria em Barcelos e em 1999 apresentou-se como diretora do Instituto dos Museus e da Conservação, cargo que veio a desempenhar durante 11 anos. Actualmente é diretora do Museu Alberto Sampaio, do Castelo de Guimarães e do Paço dos Duques de Bragança.
Catarina Pinheiro
José Dionísio
José Dionísio, figura da área empresarial em Portugal, foi, também, selecionado para ocupar um dos cinco lugares do Conselho de Curadores da UMinho. De 1982 a 1987 realizou os seus estudos académicos na Universidade do Minho, em Engenharia Informática.
Começou a sua carreira profissional na Infologia, empresa líder de mercado na área do software de gestão empresarial da altura. Em 1993 tornou-se co-fundador da Primavera BSS (Business Sotfware Solutions), e, atualmente, exerce o cargo de co-CEO na mesma. Com sede em Braga e presença em países como Espanha e Dubai, a Primavera destaca-se no desenvolvimento de software de gestão para as empresas, desde as micro às grandes empresas.
Sofia Moreira
José Manuel Mendes
José Manuel Mendes, escritor prestigiado e atualmente com 68 anos de idade, nasceu em Luanda mas rapidamente se mudou para Braga, onde reside atualmente. Desde cedo se afirmou como um lutador contra os regimes totalitários e qualquer tipo de opressão. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, apesar de nunca ter exercido.
Atual presidente da Associação Portuguesa dos Escritores, esteve sempre fortemente ligado à política, tendo sido, entre 1980-1991, deputado do PCP à Assembleia da República. Após ter lecionado no ensino secundário foi professor no curso de Ciências da Comunicação na UMinho. Tem uma vasta coleção de livros publicados, entre os quais estão “O Homem do Corvo”, “Limiar da Terra” e “Rosto Descontínuo”.
A sua carreira literária é também marcada pela presença em vários jornais e revistas portuguesas e estrangeiras, programas na Rádio Universitária do Minho (RUM), e ainda participações na anual Feira do Livro da cidade de Braga.
Cláudia Ferreira
Isabel Furtado
O Conselho de Curadores da Universidade do Minho conta também com a presença de Isabel Gonçalves Furtado. Com 55 anos, é a atual administradora executiva do Grupo TMG (Têxtil Manuel Gonçalves).
Isabel Furtado está há mais de 30 anos na TMG , empresa fundada pelo seu avô. Até 1985, dividiu a vida académica entre o Canadá, onde esteve três anos, e o Reino Unido, onde completou os estudos. Licenciada em Economia pela Universidade de Manchester, com especialização em Tecnologia Têxtil, o percurso de Isabel Furtado na TMG centra-se nas plataformas e processos industriais.
Em seis anos, Isabel Furtado quadruplicou a faturação da TMG Automotive, recebendo, em 2014, a comenda da Ordem do Mérito Industrial.
Atualmente, desempenha vários cargos, entre os quais o de vice-presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho, presidente do Conselho Superior da Associação Portuguesa de Empresas Familiares, membro da direção executiva da Associação Têxtil Portuguesa e do Conselho Diretor da Associação Portuguesa Gestão e Engenharia Industrial.
Sara Viana