“É sobretudo uma celebração de amigos, de gente que se juntou com uma causa comum: fazer chegar música às pessoas”. Estas são as palavras que Nuno Soares, diretor do Sons de Vez, usa para definir aquilo a que se resume o festival que soma agora quinze edições. Em conversa com o ComUM, o programador falou da história e do conceito do evento que começa sábado.
O Sons de Vez realiza-se no auditório da Casa das Artes de Arcos de Valdevez e desde o segundo ano de existência deste local que se insere na sua estratégia de programação. O festival e cresceu no seguimento da evolução das infraestruturas em que decorre.
Quando questionado acerca dos desafios que poderão decorrer ao organizar um festival de música numa localidade de menor dimensão, Nuno sublinha que “não é propriamente fácil fazer coisas longe dos grandes centros decisores”.
“Quando começamos não era fácil. Quando pegávamos num telefone e ligávamos para Lisboa para falar com os agentes ou com os próprios artistas muitas pessoas não sabiam onde era Arcos de Valdevez”, esclarece o organizador.
No entanto, este será um fator decisivo no sucesso do festival. De acordo com Nuno a “qualidade ambiental e a riqueza patrimonial do concelho acabam por entrar nos corações e vontades das pessoas”. A par disso, o facto de o festival “dispersar no tempo”, ou seja, ocorrer em fins de semana separados entre fevereiro e março e, ainda, garantir uma grande proximidade dos músicos com o público, acabava por colocar o evento numa posição diferenciadora.
Nuno revela que a disponibilidade dos artistas, a atenção que estes têm tido na adaptação de cachets e realidades, e o facto de acreditarem na descentralização cultural foram os motivos que tornaram o evento naquilo que ele é atualmente: uma versátil mostra de musica nacional.
O já apelidado “primeiro festival do ano” está de regresso com o seu 15.º aniversário e apresenta mais uma vez um leque de géneros musicais bem variado. “É difícil que ninguém se reveja em pelo menos uma data das oito que cada edição prepara para o Sons [de Vez]”.
O organizador acredita que “quase todos os projetos relevantes nos últimos 30 anos já passaram pelo palco do festival”. Para a edição de 2017 o formato do festival mantém-se e o cartaz promete “momentos verdadeiramente únicos”.
Miguel Araújo é a aposta da organização para encabeçar o começo do festival. Antes da atuação do célebre cantautor o espaço está reservado para uma atuação do projeto VIA, dirigido por uma jovem compositora do Porto. Os artistas sobem ao palco no dia 11 de fevereiro.
Depois desta primeira noite de concertos, o festival continua até 31 de março. Por Arcos de Valdevez passam nomes da música nacional como Bezegol, UHF, Pedro Abrunhosa e ainda os bracarenses Bed Legs.
O organizador revelou ainda ao ComUM que se previa a presença dos The Gift, na edição deste ano. A banda acabou por não integrar o cartaz devido a um atraso na composição e apresentação de um novo disco que está a caminho.
Este é um festival que, desde 2003, prevê reunir diferentes gerações e chegar a vários públicos no âmbito da sua diversidade de estilos. Todos os espetáculos têm início às 23h e os bilhetes variam dos 5 aos 15 euros.