Elogios rasgados e muitos sorrisos entre reclamações por melhorar a academia. A Universidade do Minho (UM) celebra 43 anos esta sexta-feira e contou com o Presidente da República para “apadrinhar” o primeiro evento do dia. Numa sessão solene realizada na reitoria, deixaram-se incentivos ao futuro e, sobretudo, congratulações.

O presidente da Associação Académica (AAUM) aproveitou o discurso para realçar alguns dos problemas que ainda estão por resolver. Bruno Alcaide falou de algumas das “necessidades” da universidade, abordando a urgência no reforço do financiamento do ensino superior, bem como os problemas de ação social, que motivaram protestos no início deste ano letivo.

Houve ainda espaço para o representante dos estudantes minhotos chamar à atenção para os atrasos na atribuição de bolsas, e ainda para relembrar a Constituição, pedindo um “ensino a caminhar para a gratuitidade”. “Estes problemas colocam em causa a qualidade de ensino”, ressalva Alcaide.

Recordar a história da UM e o sentido de “dever cumprido”

António Cunha, reitor da UM, abriu a sessão com uma “lição” de história, relembrando marcos importantes na academia e enumerando os feitos conquistados ao longo dos 43 anos de existência. Sempre com o discurso centrado no conhecimento, na ciência e na investigação, afirmou que “é pelo conhecimento que podemos construir um futuro”.

O reitor, por entre enumerações de parcerias, projetos e prémios, realçou o papel da UM na construção de uma ideia de “universidade participada e descentralizada”, aproveitando para atacar as desigualdades no financiamento do ensino superior.

Em fim de mandato, António Cunha não evitou assuntos menos consensuais. A passagem a regime fundacional foi defendida pelo reitor minhoto, que defendeu que só esta mudança permite uma maior flexibilidade e também a capacidade de “cumprir o dever de uma universidade pública”.

Foto: Gonçalo Costa

Foto: Gonçalo Costa

O Presidente da República encerrou a sessão apelando também à história. Marcelo Rebelo de Sousa trouxe um livro à memória dos presentes: “Portugal e o Futuro”. E foi a partir do livro de António Spínola que encaminhou o discurso para um novo título: “Portugal com Futuro”.

“Portugal avança com as universidades (…) e a UM é uma construtora privilegiada desse futuro”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. Sentindo-se em casa, entre “académicos e minhotos”, terminou a explicar que “a presença do Presidente da República significa gratidão”.

A sessão solene, que só terminou já depois das 13h, contou ainda com a presença da secretária de estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo, que deixou elogios à reitoria da UM, defendendo a passagem a Fundação e creditando o trabalho da universidade como “fundamental para o desenvolvimento do ensino e da ciência”.

Álvaro Laborinho Lúcio, presidente do Conselho Geral da UM, deixou alguns elogios nas comemorações do 43.º aniversário, aplaudindo a implementação do voto eletrónico, mas deixou principalmente desafios para o futuro. O membro externo do Conselho Geral integrou na discussão o desenvolvimento da investigação nas Ciências Sociais e Humanas, pediu um aumento da coesão na UM e lembrou a necessidade de restaurar o pensamento crítico.

As comemorações do aniversário da UM continuam esta sexta-feira, com a inauguração da Biblioteca Fernão Mendes Pinto em Gualtar, além de tertúlias e concertos em Guimarães e Braga.