À hora marcada não eram muitos, mas com o tempo – e com a chuva – foram-se amontoando junto às fotografias expostas no exterior do CP2, no campus de Gualtar. O dia nacional do estudante é só amanhã, dia 24 de março, mas é celebrado hoje, recordando os 55 anos de luta depois da reivindicação do direito de reunião e associação, bem como pela democratização do ensino, na conhecida crise académica de 62.

Na Universidade do Minho (UM), numa iniciativa da ESAD (Caldas da Rainha), o núcleo de Arqueologia (A3RUM) juntou-se ao movimento nacional e, em conjunto com o núcleo de Ciências da Comunicação (GACCUM) e o o núcleo de estudantes de Educação (NEDUM) que aderiram ao apelo lançado aos núcleos minhotos, montou uma exposição de fotografias de várias lutas estudantis desde 1962, conjugados com mensagens de protesto contra a Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM).

“É uma exposição para relembrarmos os 55 anos de luta dos estudantes do ensino superior”, afirma Isac Valente, presidente do A3RUM e organizador do evento na UM. “Além das antigas lutas travadas ao longo destes anos, sabemos que o estado atual do ensino superior não é o melhor, e ainda há muitas lutas a serem travadas e temos de lutar por melhores condições de ensino”.

Apesar de não definir esta exposição, que estará no exterior do CP2 até ao final desta quinta-feira, a verdade é que expressões como “comissão de censura” ou “já que a AAUM não faz nada” são recorrentes. “A AAUM devia aderir e sinalizar este dia, porque uma associação académica é eleita para defender o interesse de todos os estudantes, não para ser uma comissão de festas, como geralmente é”, contesta Isac Valente. O facto é que a associação minhota não tem, até à data, qualquer iniciativa relativa ao dia nacional do estudante.

A chuva atrapalha, apesar de obrigar as pessoas a refugiarem-se junto à exposição. Distribuem-se panfletos, alerta-se para as propinas, para a insuficiência do ensino superior e para as questões de ação social, numa iniciativa cujo objetivo é, como refere o presidente da A3RUM, “sensibilizar a comunidade estudantil”.