Naquele que “parece um teatro de bonecas”, Luísa Sobral apresentou ontem aos limianos o seu novo álbum, “Luísa”. Com sala cheia, a cantora levou o Teatro Diogo Bernardes a fazer uma viagem pela sua carreira, sem esquecer os mais novos presentes na sala.
Foi ao som do contrabaixo de João Hasselberg que Ponte de Lima recebeu Luísa. “Learn who to love” deu início a uma hora e meia de espetáculo. Seguiu-se “On my own”, canção pertencente ao novo álbum e que acentua a sua maturidade criativa caraterística.
“Jardim Roma”, escrita por João Monge, veio a seguir. Segundo a cantora, o tema suscitou dúvidas a si mesma sobre “se o usava ou não no álbum por ser infantil”. A artista explicou, contudo, que, quando a ouviu finalizada, “tinha que a incluir”. No seguimento, Luísa indicou duas peculiaridades do álbum homónimo: o incluir letras escritas por outros compositores e a gravação em Los Angeles.
Num ambiente descontraído, Luísa desafiou o público a participar na sua dança numa visita ao segundo álbum com “As the night comes along”.
A guitarra clássica deu lugar à elétrica e a uma interpretação de “Janie”. Luísa dedicou o tema dedicou-o ao seu pai pela sua vontade em ver a filha a seguir o rock. Deu-se a apresentação do seu quarto e novo álbum, mas, de novo, se fez um regresso ao segundo álbum, com a companhia de Mário Delgado, na guitarra clássica, para sonorizar “Inês”.
Havia um cheiro a amor na sala. “A próxima canção é para ajudar todas as pessoas que estão nos meus concertos com a pessoa a quem se querem declarar”. Com a frase, soou o mais recente tema, “Paspalhão”.
Para despertar os mais novos presentes na sala, Luísa viajou até ao terceiro álbum e interpretou “João”. “Sempre quis escrever música para crianças, mas que desse para pais e filhos ouvirem”, referiu sobre o álbum de 2014, “Lu-Pu-I-Pi-Sa-Pa”.
Em todos os concertos, Luísa Sobral escolhe uma música de outro cantor e faz um arranjo diferente. Ontem não foi exceção. Acompanhada pelo baterista Carlos Miguel, Luísa fez uma interpretação descontraída do tema “Hello”, de Adele, que divertiu o Teatro Diogo Bernardes.
Aproximou-se o final, e o blues encheu a sala com o single de “Luísa”, “My man”. E foi com “Cupido” que a despedida aconteceu.
As palmas encheram o Teatro e a artista voltou, apenas acompanhada pela sua guitarra. “Vamos lá ver se isto corre bem, nunca toquei isto sozinha”. Ecoou “Amar pelos dois”, a música vencedora do Festival da Canção 2017, interpretada pelo seu irmão, Salvador Sobral. A cumplicidade tomou conta do Teatro e o público acompanhou calorosamente Luísa.
A banda entrou mais uma vez em palco e João Salcedo trocou o piano pela percussão para interpretar um dos mais conhecidos temas de Luísa Sobral, “Xico”. Rapidamente, as palmas juntaram-se à melodia, num momento onde várias vozes da plateia se fizeram ouvir.
Para terminar de forma definitiva, a cantora sentou-se no palco com o seu cavaquinho. Com pouca luz, a cantora tocou o tema “Para ti”, criado para o seu filho durante a gravidez. Foi com ovações de pé que Luísa deixou o palco, depois de um concerto que envolveu Ponte de Lima e mostrou a evolução da cantora no último álbum.
Fotografia: Norberto Valente