O Moreirense FC e o Tondela, dois emblemas em luta pela fuga à descida de divisão, empataram, a uma bola, num encontro relativo à 26.ª jornada da Liga NOS que decorreu, este sábado, em Moreira de Cónegos.
Em desafio de aflitos com capital importância na luta pela manutenção, expectava-se um futebol rápido de parte a parte, com a baliza sempre em foco.
O Moreirense FC apresentava-se em casa após sete jogos sem saborear o triunfo e com apenas três pontos somados nessas sete rondas. No Tondela, o cenário não muda muito, na medida em que os viseenses não vencem há seis jogos e nos últimos quinze embates apenas registam uma vitória.
No regresso a uma casa que bem conhece, Pêpa foi obrigado a mexer na estrutura, face ao castigo da dupla Jhon Murillo e Claude Gonçalves, e apostou as fichas todas no experiente Fernando Ferreira e no ex-Moreirense, Wagner.
Ao contrário do esperado e do que a tabela classificativa indica, o Tondela entrou melhor no jogo, com toda a equipa muito coesa, que transparecia muita tranquilidade e qualidade na posse de bola. Em contraste, os caseiros sentiram muita dificuldade em dar critério ao seu jogo, na fase inicial do encontro.
Pese embora o futebol pacífico e de qualidade demonstrado, o Tondela apenas conseguiu criar perigo evidente de bola parada e foi daí que acabou por retirar dividendos.
À passagem do minuto 20, Fernando Ferreira deu o primeiro aviso, ao obrigar o guarda-redes do Moreirense FC a uma defesa apertadíssima. Logo de seguida, na sequência do pontapé de canto, Kaká não perdoou e adiantou a sua equipa no marcador. Pedro Nuno bateu a bola tensa na direita, houve uma primeira disputa de bola no coração da área, Diego Ivo surgiu a cabecear para a zona errada e assistiu o capitão do Tondela que só teve de encostar.
Mesmo em vantagem, a equipa do Tondela continuou a dominar o jogo, o que levou Augusto Inácio a operar novas mudanças. As quatro alterações efetuadas em relação à derrota em Vila do Conde, com as entradas de Diego Ivo, Neto, Sougou e Roberto não estavam a surgir o efeito desejado. O treinador optou por fazer entrar Boateng, em detrimento de Schons mudando o sistema para o 4x2x4 a atacar e 4x4x2 a defender, entregando a Alex a missão de resposável pelas oscilações tácticas.
Os beirões também foram obrigados a mexer, devido às lesões de Fernando Ferreira e de Miguel Cardoso, algo que veio a desequilibrar a equipa e o apito para o intervalo acabou por ser o melhor reforço para impedir o Moreirense FC de conseguir chegar ao empate ainda na primeira metade.
Na segunda parte, como se diz na gíria futebolística, Augusto Inácio foi obrigado a meter a carne toda no assador, colocando na pista Dramé e Ramírez, porém o essencial continuou a faltar. Cauê mostrou-se uns furos abaixo daquilo que é capaz e a formação dos cónegos acabou por se ressentir da falta do critério normalmente imposto por Fernando Alexandre.
Os minhotos tinham mais bola, mais velocidade e mais ataques, mas a falta de conexão entre setores impedia-os de criar verdadeiras ocasiões de perigo. O Moreirense FC apenas conseguiu efetuar o primeiro remate enquadrado aos 77 minutos, e muito devido à grande pressão dos adeptos.
Depois de uma jogada bem construída, David Ramírez subiu ao terceiro andar e obrigou Cláudio Ramos a uma defesa vistosa. Logo de seguida, na sequência de um canto, Pierre Sagna libertou-se da marcação, fez um remate muito potente apenas travado por aquela que foi a defesa da tarde.
Tanta insistência só poderia dar em golo, algo que aconteceu, aos 83 minutos, por intermédio de Sougou. Diego Ivo apareceu a cabecear com estrondo à trave e na recarga o extremo senegalês não falhou, reestabelecendo a igualdade.
Até ao final do encontro, não houve registo de mais incidências e o empate acabou por se ajustar ao desenrolar do jogo. Esta divisão de pontos mantém a formação minhota a quatro pontos da linha de água, ao passo que os tondelenses continuam com o estatuto de último classificado.