I See You, o terceiro álbum da dupla britânica, demorou, mas saiu: em janeiro deste ano, os The XX lançaram o sucessor de Coexist, de 2012.

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Logo a abrir, “Dangerous” traz o sentimento de que Jamie XX influenciará, com o seu In Colours, este álbum: a primeira faixa tem bastantes contornos e arranjos eletrónicos, mais do que já é habitual no curto historial da banda.

Segue-se o segundo single, “Say Something Loving”, que traz de novo os acordes ecoicos das guitarras, traço característico das faixas que mais celebrizaram a dupla. Em termos vocais, voltamos a um “discurso” entre os vocalistas, Romy e Oliver, com este último a tomar a iniciativa no refrão.

O inverso acontece em “Lips”, uma música vocalmente dominada por Romy, e que nos acalma um pouco depois do passo acelerado das faixas anteriores. Já “Violent Noise” quase que traz um saudável saudosismo, com as guitarras que relembram faixas do passado. Até ao single, “Hold On” (que traz mais de Jamie XX à baila), temos “Performance”, “Replica” e “Brave for You”. As faixas servem de trampolim para o single, mas Romy mostra, em “Performance”, que continua a fazer boa parelha com as guitarras dos britânicos.

“On Hold” traz, a meu ver, o ponto alto do álbum. Serviu de rampa de lançamento para o novo álbum, e bem. Passa na rádio, e bem. É mais “comercializável”, e bem. Ao terceiro álbum, a banda produz outro single que combina com um domingo solarengo à beira-mar, e eu estou-lhes grato por isso. “I think you’re too soon to call us old, when and where did we go cold?” afasta os fantasmas dos cinco anos sem qualquer álbum. E afasta bem.

I Dare You” e “Test Me” terminam o álbum, com a última a encerrar com chave de melancolia e tranquilidade um álbum que começa a levar os britânicos para um caminho mais eletrónico, mais comercial e, ao mesmo tempo, mais… The XX.